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Hélio Doyle

Metroviários em greve contra seus “patrões”

Arquivo Geral

15/06/2016 7h00

Atualizada 14/06/2016 23h24

Os funcionários do Metrô estão em greve exigindo aumento salarial e a contratação de concursados. Prejudicam não só os que precisam do meio de transporte como os demais habitantes, pois a paralisação dos trens aumenta o tráfego nas vias.

É mais uma greve contra o povo, que é sempre o maior prejudicado quando servidores públicos paralisam suas atividades.

Os dirigentes sindicais, com visão política estreita e limitada aos bolsos de suas categorias, dizem que a greve é contra os “patrões”.

Não deixa de ser verdade: o povo, com os impostos que recolhe, é que paga os servidores públicos.

Subsídio de R$ 280 milhões por ano

A companhia do Metrô de Brasília é a que melhor, no país, remunera seus funcionários. O salário de um operador de trem aqui é superior em 52% ao que se paga no mercado. O de bilheteiro é 216% maior. Do agente de manutenção, 96% maior. E do agente de segurança, 90% maior.

São salários na faixa dos R$ 6 mil mensais. Têm de ser reajustados periodicamente, claro, mas não nos valores reivindicados, que fogem à realidade do país, do Distrito Federal e da empresa.

O Metrô não arca totalmente com suas despesas, o que é normal no transporte público. Mas o subsídio anual do governo, na faixa de R$ 280 milhões, é considerado muito elevado.

Adiou e acabou não fazendo

O governo de José Roberto Arruda (foto) recebeu propostas para conceder a operação do Metrô à iniciativa privada, como acontece em várias cidades do mundo e na Linha 4 do metrô de São Paulo. Por causa das reações contrárias, Arruda deixou para concretizar a concessão no segundo mandato, que acabou não acontecendo.

Josemar Gonçalves

Josemar Gonçalves

As propostas foram mantidas até o início do governo de Rodrigo Rollemberg, mas diante dos elevados aumentos concedidos aos funcionários do metrô, alguns interessados desistiram.
Teriam de incorporá-los a um custo muitas vezes maior do que o que se paga em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Mais passageiros, menos custos

Uma das empresas interessadas a operar o Metrô prometia aumentar o número de viagens diárias de 160 mil para 300 mil passageiros e reduzir o subsídio de R$ 280 milhões para R$ 100 milhões.

Mas o governo sequer começou essa discussão internamente e não demonstra a menor disposição de levá-la à sociedade.

O lindo planeta dos servidores

Nada mais fora da realidade do que servidores públicos, que gozam de estabilidade no emprego e têm benefícios que a maioria dos empregados de empresas privadas não têm, pedirem, agora, aumento de salário e ainda por cima em percentuais elevados.

Fingem que não entenderam que há uma gravíssima crise econômica e financeira no país, que o desemprego é enorme e que o Distrito Federal não só também enfrenta grandes problemas em seu caixa como está incurso na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Vivem em outro planeta, porque, no nosso, essa crise se espalha por vários países.

Trem da alegria pode descarrilhar

Um conluio entre a Defensoria Pública e a Câmara Legislativa, com troca de favores entre seus dirigentes, assegurou ao órgão benefícios absurdos. Felizmente o Ministério Público do DF agiu rápido para impedir um deles: o preenchimento de quadros da Defensoria sem concurso público.

O governador Rodrigo Rollemberg havia vetado o absurdo, mas a Câmara derrubou o veto depois do estranho acordo com o chefe da Defensoria, que envolveu até a nomeação de apadrinhados da presidente Celina Leão.

A ação de inconstitucionalidade do MP será apreciada pelo Tribunal de Justiça, que assim poderá impedir o trem da alegria.

Por via das dúvidas

O vice-governador Renato Santana foi um dos primeiros servidores do governo de Brasília que se apressou a se beneficiar da remoção de servidores para a Defensoria.

Pensando no futuro, como ele diz, e em seu salário, Santana não quer mais ser lotado na Administração Regional da Ceilândia.

O que sobrar é dele

O chefe de Santana, o deputado Rogério Rosso, do PSD, ainda não decidiu qual será o futuro político do vice-governador.

Rosso aguarda o desenrolar dos acontecimentos para decidir se vai se candidatar ao governo ou ao Senado. Também não decidiu se sua mulher, Karina, vai disputar a Câmara dos Deputados ou a Câmara Legislativa.

Renato, que na hipótese de o governador Rollemberg tentar a reeleição dificilmente voltará a ser o vice, pegará o que sobrar.

Diga-me com quem andas…

Uma pessoa pública deve ter muito cuidado com os lugares que frequenta e com quem se encontra.

Uma coisa é tirar foto com pessoas suspeitas em campanha. Acontece, às vezes não há como evitar.

Outra é, deliberadamente, ir ao encontro dessas pessoas.

Não tem contribuição de campanha que justifique.

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