Menu
Hélio Doyle

E o PT perdeu um voto no Senado

Arquivo Geral

09/08/2016 7h00

Atualizada 08/08/2016 23h50

Moreira Mariz/Agência Senado

A tendência interna Construindo um Novo Brasil, majoritária no PT, é a responsável pela indicação de Hélio José (foto) como primeiro suplente de Rodrigo Rollemberg nas eleições para o Senado, em 2010. Um conchavo interno assegurou a escolha dele para a chapa liderada pelo candidato do PSB e de Vilmar Lacerda para a primeira suplência de Cristovam Buarque, do PDT.
Se prevalecessem as preferências de setores então minoritários no partido, a suplência de Rollemberg iria para Chico Machado ou para a ex-deputada Maria Laura. Ambos ainda estão no PT e certamente estariam desempenhando melhor o mandato do que Hélio José.
E, embora isso não viesse a ter influência no resultado, estariam votando contra o impeachment de Dilma Rousseff – o que, para o PT, faz diferença.

Pleno conhecimento de causa

Há muitas outras histórias nada edificantes sobre o hoje senador Hélio José, contadas por leitores da coluna. Um deles lembrou que em 1995, no governo de Cristovam, foi constituída no PT uma comissão de ética para examinar a troca de lotes por apoio político, promovida por ele. A comissão sugeriu a expulsão de Hélio José, mas o grupo majoritário no partido, que ele integrava, aliviou com uma suspensão por dois anos.
Quando colocaram Hélio José na suplência de Rollemberg, os petistas que o apadrinharam sabiam muito bem o que estavam fazendo.

Me dá um cargo aí

Outros lembram do constrangimento do então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao receber de Hélio José, então dirigente do PT no Distrito Federal, um pacote de currículos. Foi no início do primeiro mandato de Lula.
No ano passado, ao assumir o mandato de senador, Hélio José foi de gabinete em gabinete de senadores propondo a contratação de seus afilhados para as equipes deles.
Fixou já aí sua imagem negativa perante os colegas. E olha quem são esses colegas…

Quando os suplentes tinham votos

Algumas pessoas perguntam como a instituição de sublegendas nas eleições para o Senado poderia resolver a questão dos suplentes sem voto. Outras lembram que as sublegendas existiam nos anos de ditadura e só foram extintas depois das eleições de 1986.
No sistema de sublegendas, que vigora no Uruguai, cada partido ou coligação pode lançar dois ou três candidatos ao Senado. É eleito o mais votado da chapa com mais votos, e o segundo e o terceiro colocados na chapa vencedora são seus suplentes.
Foi assim que Fernando Henrique Cardoso foi para o Senado, quando o senador Franco Montoro se elegeu governador de São Paulo em 1982. Montoro teve 4,5 milhões de votos e Fernando Henrique teve 1,2 milhão na eleição para o Senado em 1978.

Na contramão de Francisco

Picaretas e manipuladores existem em todo canto, logo também nas igrejas. As ligações do famoso padre Moacir com políticos e a movimentação de dinheiro em torno de sua paróquia e da festa de pentecostes sempre despertaram suspeitas dos que não se deixavam engabelar por ele. E quem o conhecia de perto sabia de seu gosto por luxo e riqueza.
Agora se divulga que o padre Moacir tem um patrimônio de quase R$ 3,3 milhões e não declarou automóveis e fazenda no Ceará à Receita Federal. E ainda comprou à vista um apartamento no valor de R$ 300 mil, na Praia do Meireles, em Fortaleza.
Aguarda-se um pronunciamento das autoridades eclesiásticas sobre o padre que mobiliza milhares de fiéis em benefício próprio.

A turma não veio!

A seleção olímpica de futebol já jogou suas duas partidas em Brasília e ainda não apareceram os milhares de turistas que, segundo se disse, inundariam a cidade. O governo falava em 300 mil diárias adicionais nos hotéis, talvez querendo justificar o injustificável gasto de R$ 32 milhões com irrelevantes partidas de futebol.
Esse dinheiro poderia estar sendo muito mais bem aplicado pelo governo de Brasília. Até mesmo no setor de turismo.

Uma oportunidade desperdiçada

Não adianta disfarçar nem fazer aquelas matérias óbvias e exultantes sobre a alegria dos visitantes que vêm a Brasília e de como são bem recebidos pelos moradores locais. A verdade é que a capital federal não está preparada para receber turistas – seja em termos de informações, de locomoção, de qualidade na prestação de serviços, de acessibilidade aos monumentos e pontos de interesse, enfim, de quase tudo.
O turismo é uma das maiores vocações econômicas de Brasília, capital da República, patrimônio da humanidade, monumento a céu aberto no centro do país, entre outros privilégios. A cidade tem tudo a seu favor para atrair visitantes do país e do exterior e assim dar novo dinamismo à economia local, com benefícios para a população.
Mas, despreparada para receber visitantes, Brasília está muito longe de ser um polo turístico relevante. Nenhum governo deu ao turismo a importância que tem, apesar de alguns secretários mais empenhados. Prevalece, porém, a ideia de que basta promover eventos para atrair turistas.
Não entendem que o grande evento é Brasília.

 

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado