Ele pode não ter superpoderes, muito menos ser a pessoa mais exemplar do mundo, porém, para grande parte da população, seu pai é seu primeiro e muitas vezes, único super-herói. Todas as conquistas, e tudo aquilo que representa dentro da família, faz do pai uma figura em que muitos se espelham. No mundo do esporte, essa história não foge à regra.
É comum vermos vários atletas que seguem a carreira de seus pais, seja no futebol, no vôlei, no basquete, aquele garoto que um dia sonhou em ser um astro de sua modalidade, ao invés de acompanhar seu ídolo de longe, pode curti-lo dentro de sua própria casa.
Esse é o exemplo de Romarinho, atacante do Brasiliense, o filho de um dos maiores craques da história do futebol brasileiro, Romário. “Meu pai é um ídolo para todos, inclusive para mim também. Sempre acompanho os vídeos dos jogos dele antes de jogar para me inspirar. Gostar de jogar bola é de sangue”, disse o filho do Peixe.
Depois de passar por problemas com o Vasco, o hoje profissional de futebol seguiu um conselho do amigo Fábio Braz, zagueiro do Brasiliense, e também o coração (o pai já residia na cidade) para desembarcar em Brasília. “Por conta da profissão dele de jogador, sempre jogando em diversos clubes dentro e fora do Brasil, e depois quando se tornou político morando aqui em Brasília, meu pai não era muito presente. Vir para Brasília estreitou nossos laços de pai e filho e também nos tornamos muito amigos”, revelou.
Cidade que une
Brasília foi capaz de unir ainda mais Romário e Romarinho. Os dois moram juntos e, sempre que podem, estão juntos curtindo a relação entre pai e filho. “Estamos sempre almoçando e conversando. Quando não tenho jogo e ele não tem muito trabalho, nós costumamos sair para jantar nos finais de semana, saímos juntos”, disse.
Mas, na hora do futebol, as preferências os separam. O deputado Romário é adepto do futevôlei, modalidade que jogava desde quando atuava como profissional. Já Romarinho, nos tempos de folga, curte jogar bola com os amigos. Nada que abale a relação. “Mas revezamos, quando tem mais gente, jogamos bola, quando tem menos, jogamos futevôlei”, brincou.
Situação complicada
Se fora de campo a situação é de felicidade na família Faria, dentro Romarinho convive com muitas críticas dentro de campo, devido ao parâmetro e DNA que carrega. Na conquista de seu primeiro título pelo Brasiliense desabafou, quando marcou o último gol da vitória por 3 x 0 sobre o Brasília. “Tenho que lidar com muitas críticas e hoje consegui ser campeão”, disse.
Pai e filho unidos pelo basquete
Parecidos na fisionomia, trejeitos e até no modo em que caminham. O pai foi técnico do UniCeub e é o diretor da equipe. O filho é atleta e atua nas categorias de base do mesmo time que o progenitor comandou nas últimas temporadas. Os dois são flamenguistas, mas assumem que a paixão só fala alto quando o assunto é futebol. Numa conversa descontraída no ginásio da Asceb, José Carlos Vidal e Vitor Pantoja mostram que a admiração que um tem pelo outro vai muito além das quadras.
“A gente consegue separar o pai e filho do técnico e atleta. Ele sempre me cobrou muito, mas tudo de maneira saudável. Não temos problemas um com o outro, e tudo é muito tranquilo”, garante Pantoja.
Enquanto observava com atenção as palavras do filho, Vidal ressalta que não influenciou na escolha pelo basquete. “Ele começou no futsal e via o meu filho mais velho, Leonardo, que jogou basquete muitos anos também. O Vitor teve a oportunidade de escolher outras modalidades, mas resolveu encarar o da família. Claro que, para mim, é uma alegria muito grande. Minha esposa fica doida, mas é normal”.
Diferenças
Vidal garante que o filho é tranquilo e fácil de lidar. Pantoja, por sua vez, confessa que o pai, em casa, é bem diferente do Vidal agitado dentro das quadras. Na hora de falar das diferenças de comportamento, os dois caem no riso.
“Meu pai gosta de me pedir as coisas sem se preocupar com o meu cronograma. Então sou pego de surpresa muitas vezes”, cutucou. Vidal observa com o olhar severo e rebate. “Não peço muitas coisas. Quando resolvo pedir, quero que ele faça logo e sem reclamar. Reclamar torna tudo bem pior”, dispara Vidal com um sorriso irônico.
Paixão Rubro-Negra
Pai e filho estiveram juntos na abertura do Campeonato Brasileiro no Mané Garrincha, no duelo entre Flamengo e Santos, que empataram em 0 x 0. Quando o assunto não é o esporte da bola laranja, a paixão pelo Rubro-Negro fala mais alto.
“Foi muito bom, mas a nossa paixão (pelo Flamengo) é no futebol. Então conseguimos separar do basquete, não há a mistura dos dois. Basquete sempre foi o de Brasília”, despistou Vidal. Os fatos provam que, dentro de quadra, o time de coração fica de lado.