Às vésperas do clássico contra o Cruzeiro, no sábado, a torcida do Atlético-MG encerrou oficialmente o período de lua-de-mel com o elenco. Se no último sábado as vaias pelo empate sem gols com o Rio Branco foram ouvidas mesmo à distância do Mineirão, nesta segunda-feira foi a vez da facção organizada Galoucura ir cobrar uma reação dos jogadores.
O Galo é apenas o penúltimo colocado no Estadual, com um ponto ganho. Cerca de 50 integrantes da organizada foram ao CT de Vespasiano. Os torcedores chegaram por volta das 14 horas, justamente para acompanhar a chegada dos jogadores. A reapresentação do grupo foi marcada para as 16 horas.
Até a Polícia Militar foi chamada evitar problemas maiores, mas incidente mesmo aconteceu somente com o técnico Levir Culpi. O treinador desceu do carro para conversar com o grupo e pediu que o protesto fosse interrompido. Os ânimos se exaltaram e Levir teve de deixar o local acompanhado de seguranças. Nos vestiários do Mineirão, o comandante já se mostrava contrário às vaias e ofensas da torcida.
“Apoio melhora a situação e a cobrança atrapalha, claro. Mas não só no futebol. Isso acontece em todas as outras profissões. Um gerente de banco vai trabalhar e os clientes, uns 20 clientes que estão na agência começam a vaiá-lo. O que vocês acham que acontece? No futebol também é assim”, justificou.
É uma situação no mínimo perigosa para um clube em crise. Para piorar, o presidente Ziza Valadares reconheceu que a fase financeira não anda boa. O clube deve cerca de R$ 180 milhões e, para adequar as despesas, pode demitir até 20% de seus funcionários.