Se a temporada 2007 começar do mesmo modo que a atual está terminando, o torcedor do Palmeiras pode começar a se preparar para mais um ano de sofrimento. Nesta sexta-feira, a direção do clube deu mostras de que ainda não parece preparada para atuar da forma que o futebol profissional exige.
Acompanhado do jogador Marquinhos e seu empresário, Márcio Rivellino, o gerente de Futebol do clube, Ilton José da Costa, ouviu um verdadeiro ultimato ser dado à comissão técnica do Alviverde e, aparentemente, considerou tudo normal: “Se o Marquinhos não for utilizado no time principal até o término do contrato dele, dia 22 de julho de 2007, ele vai embora do Palmeiras”, avisou Márcio Rivellino, para espanto dos jornalistas que estavam na sala de imprensa.
Em uma entrevista que se alternou entre os três personagens e durou cerca de 50 minutos, Ilton fez questão de esclarecer que o Palmeiras não tem medo de perder Marquinhos como aconteceu com Ilsinho, e apostou na palavra do jogador para contar com o meia-atacante no grupo em 2007. “A consciência profissional do Palmeiras está tranqüila. Não tenho medo de ninguém e a permanência do Marquinhos aqui passa pela integridade, pelo compromisso moral e pela vontade do atleta”.
Questionado se não seria mais lógico prorrogar imediatamente o contrato da revelação alviverde, Ilton mostrou receio: “Não, pois o contrato é de cinco anos e pela Lei Pelé não é passível de renovação. Precisaríamos encerrar o atual e elaborar outro, mas isso geraria custos que agora não temos. Se ele mostrar qualidades, faremos valer a carta de intenções e já temos as bases acertadas para um novo contrato até 2010”, esclareceu.
Em meio ao tiroteio de informações de Márcio Rivellino e Ilton José da Costa, o garoto Marquinhos, 20 anos, e que atuou somente por cinco minutos nos profissionais do Verdão nos cinco anos em que está no clube (com Estevam Soares) também resolveu falar grosso.
“Acho que mereço uma chance. Em cinco anos, tantos jogadores tiveram oportunidades e saíram. Acredito em mim e quero jogar, pois sei que tenho potencial. Se não fosse assim, não estaria agora. Só me falta a oportunidade”, assegurou o atleta, que passou desapercebido pelos olhares de Paulo Bonamigo, Candinho, Emerson Leão, Marcelo Vilar (duas vezes), Tite e Jair Picerni.
O jogador confirmou também que recusou a oferta palmeirense de 200% de aumento (de R$ 1 mil para R$ 3 mil) e que espera um reconhecimento melhor por parte da direção. “Não quis, pois os R$ 3 mil eram para ter sido me oferecidos antes, quando eu estava nos juniores. Não estou mais nos juniores e quero ser valorizado”, finalizou.