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Futebol

Gol de garoto refugiado de 12 anos é símbolo na Guerra da Ucrânia

Dmytro Keda, de 12 anos, saiu do banco de reservas para invadir a área e, com um chute preciso de pé direito, fazer o gol da vitória

FolhaPress

16/04/2022 10h09

Foto: Reprodução

Luís Curro

A Guerra da Ucrânia, uma insanidade em um mundo que deveria estar em outra luta, a pela paz, caminha para dois meses de duração.

Tentativas de acordo e de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, que trariam alguma esperança de armistício entre as duas ex-repúblicas soviéticas, foram em vão, e os mortos, os feridos e a destruição só aumentam no território ucraniano.

Uma das localidades mais atingidas pela ofensiva do Exército de Vladimir Putin é Mariupol, no leste da Ucrânia.

Com a cidade portuária bombardeada, moradores, pela sobrevivência, debandaram rumo ao oeste. Centenas deles saíram do país, abrigando-se em nações vizinhas, como a Polônia, a Romênia e a Hungria.

Um garoto chamado Dmytro Keda, de 12 anos, está entre os refugiados de Mariupol.

E nesta semana, na quinta-feira (14), ele se tornou um dos símbolos da guerra — ou melhor, contra a guerra —, protagonizando uma mensagem pela civilidade e pela amizade.

Para angariar recursos para ajudar os migrantes ucranianos, foi realizado um jogo beneficente em Gdansk, na Polônia, entre o Shakhtar Donetsk, uma das equipes ucranianas mais famosas, e o time da casa, o Lechia, quarto colocado no Campeonato Polonês.

A partida transcorreu em clima amistoso, com as duas equipes vestindo camisas com a inscrição “Stop War” (parem a guerra).

O 2 a 2 no placar da Polsat Plus Arena, que tem capacidade para quase 44 mil torcedores, levaria o jogo para uma prorrogação.

Só que Dmytro não permitiu.

Saiu do banco de reservas do Shakhtar para invadir a área e, com um chute preciso de pé direito, fazer o gol da vitória. Os atletas do Lechia nada fizeram diante do avanço destemido do pré-adolescente.
As pessoas nas arquibancadas, repletas de bandeiras da Ucrânia, primeiro se surpreenderam; depois, sorriram e se emocionaram.

Dmytro, que jogou de óculos e com a camisa 21, com a inscrição “Mariupol” acima do número, celebrou o gol efusivamente, sendo aplaudido pelos adversários e erguido por companheiros até receber o cumprimento do capitão do Shakhtar, o veterano goleiro Pyatov, 37.

O lance, todos perceberam, claramente estava combinado, até porque o goleiro Mikulko, do Lechia, nem se situava sob a baliza no momento da finalização.

E eis uma combinação mais do que necessária, para que essa imagem pudesse, e possa, percorrer o mundo e quiçá ajudar a sensibilizar os responsáveis pelos horrores da guerra.

Afinal, Dmytro é uma criança que como tantas outras se viram afastadas do lar, do bairro, da cidade. Da escola e dos amigos.

Ele, como tantos outros garotos e garotas, certamente querem voltar para suas origens, desde que em segurança, sem medo de morrer.

Para que o jogo de futebol entre eles possa ser, como antes, uma atividade recreativa costumeira, e não, como visto na Polônia, um mensageiro do bom senso.

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