Para contestar a rejeição da opinião pública a seu nome como substituto de Luiz Felipe Scolari, atestada através de resultados muito parecidos de diferentes enquetes e pesquisas, Dunga usou do mesmo expediente. Ao ter seu retorno à Seleção Brasileira confirmado na manhã desta terça-feira, ele lançou mão de números da primeira passagem pelo time nacional.
Informado de que a média de reprovação foi de 70% a 80% – na enquete da Gazeta Esportiva, o resultado parcial é de aproximadamente 76% contrários ao seu retorno –, o treinador lembrou que teve rendimento positivo nos quatro anos de trabalho, com 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas (76,6% de aproveitamento).
“Respeito todas as enquetes, de todos os sites, mas, na minha vinda ao Rio de Janeiro e na minha ida a São Paulo, também vi pessoas que me apoiam. É, mais ou menos, como uma eleição. Nem sempre o candidato favorito das pesquisas é que ganha. Tenho que buscar força, energia, nos 20 e poucos por cento que estão ao meu favor. Se os 76% de aproveitamento não foram suficientes, quer dizer que vou ter que fazer muito mais para conquistar essas pessoas”, disse.
“Na minha vida, nunca me preocupei com o que vai se falar de mim. Eu me preocupo com minhas ações, em ter o respeito das pessoas que trabalham juntamente comigo. Fico feliz de ter de novo essa oportunidade, pelo convite e a confiança que a CBF está tendo no meu trabalho. Agora é trabalhar para obter os resultados”, defendeu-se.
Grande parte da rejeição a Dunga se deve ao fracasso na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, quando o Brasil foi eliminado nas quartas de final pela Holanda. Antes disso, apesar da derrota na semifinal olímpica de 2008, ele havia conquistado dois títulos (Copa América de 207 e Copa das Confederações de 2009).
O primeiro compromisso do treinador à frente da equipe nacional será em 5 de setembro, em amistoso contra a Colômbia, em Miami. Quatro dias depois, ainda nos Estados Unidos, mas em Nova Jersey, o adversário será o Equador.