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Futebol

Dirigente do Real critica seleção de Parreira em palestra no Rio

Arquivo Geral

05/12/2006 0h00

No mais esperado ciclo de palestras do dia no Fórum Internacional de Futebol (Footecon), que está sendo realizado no Hotel Intercontinental, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, uma situação um pouco constrangedora aconteceu. No debate que contou com o técnico Carlos Alberto Parreira, atualmente dirigindo a África do Sul, e Arrigo Sacchi, atual diretor de futebol do Real Madrid e ex-técnico do Milan e da seleção italiana, o europeu criticou na frente do brasileiro a atuação do time canarinho na Copa do Mundo de 2006.

Para Sacchi, o time dirigido por Parreira não mostrou motivação e conjunto no Mundial. A declaração saiu no momento em que o italiano comentava a força do futebol coletivo. “No futebol de hoje apenas o talento não resolve. A Seleção Brasileira na Copa do Mundo padeceu porque não mostrou motivação e nem força de conjunto. Quem deu um exemplo recentemente de força coletiva foi a Grécia na conquista da Eurocopa de dois mil e quatro”, disse Sacchi. Diante da declaração do italiano, Parreira só conseguiu concordar.

“Realmente apenas o talento não foi suficiente para a Seleção Brasileira, pois faltou química também”, disse Parreira. Sacchi continuou com a língua afiada ao comentar sobre outro treinador brasileiro, Wanderley Luxemburgo, que recentemente dirigiu o Real Madrid sem conquistar títulos.

“Existe uma grande diferença entre comandar um clube no Brasil e um clube na Europa. Mas não podemos culpar apenas o Wanderlei Luxemburgo. Ele é um bom técnico, mas pegou o Real Madrid em um período conturbado”, disse Sacchi. O italiano continuou sem esconder o que pensa dos brasileiros ao falar sobre o atacante Ronaldo, que trabalha com ele no Real Madrid.

“O Ronaldo é um fora de série, um fenômeno como diz seu apelido. Porém pensa mais no que acontece fora de campo do que dentro do gramado. Já falei para ele que ele possui um grande talento e que aproveita muito pouco de seu potencial”, disse o italiano.

Para não mostrar apenas o lado crítico em relação ao Brasil, Sacchi se derramou em elogios a outro craque brasileiro. “O Kaká é fantástico, um jogador que me encanta. A primeira vez que vi ele jogando no Milan, percebi que as pessoas não estavam aumentando seu potencial”, disse.

Também presente ao debate, Dunga concordou com Sacchi ao dizer que apenas um bom conjunto pode garantir títulos. Ao abordar questões tática, o técnico do Brasil surpreendeu ao defender um de seus antecessores mais criticados, Sebastião Lazaroni.

“A seleção brasileira é o lugar mais difícil do mundo para se implantar mudanças e o Lazaroni percebeu isso com as críticas que recebeu. Mas até hoje vários treinadores europeus copiam a sua forma de atuar, com alas”, disse Dunga.

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