Marco Polo Del Nero tem tentado não demonstrar abatimento com a cruzada que Andrés Sanchez decidiu encampar. O ex-presidente do Corinthians prometeu se empenhar ao máximo para que o seu desafeto, o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), não seja o sucessor de José Maria Marin no comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Segundo Del Nero, que acumula o cargo de vice-presidente da CBF, sua candidatura ainda não é nem sequer uma certeza. “O processo não foi deflagrado. Quando for, saberemos os candidatos. Só vou me posicionar no momento em que o presidente determinar o início do processo. Sou uma pessoa que respeita bastante hierarquia”, comentou o mandatário da FPF, nesta segunda-feira.
Na época em que era diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanchez (já sem a companhia de seu aliado, o ex-presidente Ricardo Teixeira) precisou respeitar a contragosto uma decisão de seus superiores. Marin e Del Nero optaram pela substituição do técnico Mano Menezes por Luiz Felipe Scolari – no último ato antes de o ex-dirigente corintiano pedir demissão.
Sanchez, agora, aparece como principal oposicionista no processo sucessório de Marin – apesar de ainda não falar abertamente em candidatura. “Ele pode se candidatar. O vizinho dele também, o primo, você…”, ironizou Del Nero, sem se exaltar. “Qualquer pessoa pode ser candidato a presidente da CBF. Só precisa ter votos”, acrescentou.
De qualquer forma, o presidente da FPF recorre a poucas palavras quando o assunto é a futura eleição na CBF. “Tudo pode acontecer. Vamos saber no momento certo”, desconversou, sobre a possibilidade de não haver candidatura única no pleito.
Ainda assim, Marco Polo Del Nero deu um indício de que ambiciona voos mais altos como dirigente esportivo. Ele já prepara Reinaldo Carneiro Bastos, seu vice na FPF, a ser o mandatário máximo da entidade estadual. “É uma pessoa que merece toda a nossa confiança e respeito”, elogiou.
Conmebol
Ao falar da troca no poder da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol), Del Nero é mais enfático. O vice-presidente da FPF deu mostras de total apoio ao uruguaio Eugenio Figueredo, que foi alçado à presidência depois da renúncia do paraguaio Nicolás Leóz.
“O que aconteceu foi completamente normal. Tudo o que existe hoje pode mudar amanhã. O Figueredo é uma excelente pessoa, que conhece muito de futebol e de todas as nossas competições, sempre participando ativamente das realizações da Conmebol. Será um grande presidente”, enalteceu Marco Polo Del Nero, prevendo a eleição do amigo também ao cargo que era de Leóz no Comitê Executivo da Fifa.
Marco Polo Del Nero só fez um pedido a Eugenio Figueredo. “Queremos melhorar as cotas que os clubes da Libertadores recebem. Já estamos discutindo isso há algum tempo, e avançamos um pouco. A ideia é que a Conmebol fique com uma porcentagem menor do que aquilo que recebe atualmente”, indicou.