O volante Carlos Alberto complicou a vida de seu ex-empresário Joacir de Oliveira no depoimento à Polícia Federal na tarde da última quinta-feira, no Rio de Janeiro. O jogador, que confessou ter adulterado a idade para poder integrar categorias de base, disse ter recebido os documentos falsificados da mão de Oliveira.
Válber Machado, advogado designado pelo Figueirense para defender o volante na Justiça comum, minimizou o depoimento de Carlos Alberto. “Parece que foi mencionado esse nome, não na condição de delito, mas pelo fato dele ser o seu procurador. Ele não chegou a acusar ninguém, apenas mencionou o nome dessa pessoa que o acompanha há algum tempo, mas não precisou se ela teve participação no ato (de adulteração). As investigações vão definir o quadro”, comentou.
Oliveira era empresário de Carlos Alberto em 1999, ano em que ocorreu a falsificação dos documentos. Apesar do advogado do Figueira inocentar o empresário, a PF vai investigar sua relação com o caso. O advogado Fábio Galvão indiciará os dois por crime de uso de documento ideologicamente falso. Como ambos são réus primários, a pena pode ser alternativa e não de um a cinco anos preso, mais multa.
Assim como aconteceu no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o caso promete se prolongar nos tribunais. Por conta disso, Machado espera antes de fazer qualquer avaliação sobre a pena e as intenções da PF. “Por cautela, desejamos saber quais os passos a serem tomados pela autoridade policial. Depois estabeleceremos uma tese para, quem sabe, tentar absolver o jogador, em caso de processo penal. O fato é que o Carlos Alberto é uma grande vítima neste caso”, assegurou.
Uma coisa, porém, está descartada. Carlos Alberto não corre risco de ser indiciado por falsidade ideológica. A polícia vai investigar apenas o delito de tirar passaporte utilizando documentos falsos. “O objeto da investigação é basicamente a utilização de passaporte, só que foi a certidão de nascimento que originou esse problema todo”, explicou Machado.