A depressão maior é hoje a principal doença psiquiátrica, afetando em 1 em cada 10 pessoas. Os sintomas incluem: sentimento de inutilidade, vazio, perda de interesse pela vida e perda de prazer nas atividades diárias. Pode exigir tratamento de longo prazo e muitas vezes os sintomas reaparecem após uma melhora inicial. Não se sabe a causa exata dessa moléstia, por isso pesquisadores estão sempre tentando descobrir os mecanismos envolvidos para conseguir determinar possíveis tratamentos.
Recentemente, foi descoberto uma ligação entre níveis de hormônio D e depressão. Não é uma relação completamente entendida, ou ainda, inequívoca, pois não sabemos se é a depressão que causa baixos níveis de hormônio D devido à menor exposição solar ou se baixos níveis levam ao aparecimento da doença.
Os receptores de hormônio D (VDRs) foram inicialmente encontrados no cérebro, abrindo caminho para posteriores estudos para se entender essa relação de forma mais aprofundada. Uma crescente quantidade de estudos evidenciou que uma das funções desempenhada é a de regulação e estímulo de potentes agentes neurotróficos como NGF, BDNF e NT-3. Todos cruciais para a sobrevivência, migração e crescimento neuronal, que podem ser vias para o tratamento da enfermidade.
Fluoxetina com hormônio D é mais efetivo para tratamento da depressão na população em geral do que apenas fluoxetina. Três estudos pilotos mostraram melhora em sintomas depressivos após serem ministradas doses de 1 a 3 meses. Um outro estudo envolvendo 441 pacientes mostrou melhoras de sintomas depressivos maiores do que placebo após 1 ano de suplementação.
Dessa forma, temos hoje não apenas evidências bioquímicas da importância do hormônio D no sistema nervoso central, mas também estudos randomizados mostrando benefício de uma adequada suplementação. Próxima vez que vermos alguém acometido pela moléstia, perguntemos como anda sua suplementação, pois podemos salvar vidas.