Menu
JBr Pets

O universo da comunicação canina

Arquivo Geral

22/02/2019 9h00

Atualizada 21/02/2019 17h18

Fernanda Gabler/Arquivo Pessoal

Fernanda Gabler
[email protected]

Dois anos atrás eu havia desistido de passear com minha cachorrinha na rua. O estresse era tamanho que eu já saía pela porta em estado de alerta e esperando o pior. Temia encontrar algum cachorro, solto então, era meu maior pesadelo. Ela não podia avistar outro cão que queria atacar. A menos de 50 metros de distância, era impossível não reagir. O quadro estava cada vez pior e eu simplesmente desisti. Paramos de sair.

Sabendo que a falta do passeio diário comprometia a qualidade de vida e o bem estar dela, tive que procurar ajuda profissional para aprender a resolver o problema. Foi então que um um mundo novo de possibilidades se abriu para mim, o universo da comunicação canina. Ao aprender a me comunicar com ela e estreitar nosso vínculo, pude criar estratégias para lidar com o sua reatividade e, após meses de muita dedicação, estudo e paciência, conseguimos contornar a situação. Hoje, nossos passeios são relaxantes e divertidos e nossas manhãs de sábado e domingo são passadas fora de casa, interagindo com o mundo e com a natureza, como havíamos deixado de fazer naquela época.

Quanto mais eu estudava e praticava esse tal de treinamento positivo, mais apaixonada eu ficava. Quanto mais treinos, mais próxima nossa relação se tornava. Os benefícios não refletiram só em mim, mas principalmente nela. Hoje consigo entender o que ela quer me dizer e consigo “falar” para ela o que ela deve fazer em cada situação. Conseguimos atingir patamares invejáveis na nossa comunicação e hoje em casa, reina a paz.

Um bom exemplo aconteceu em Junho de 2018. Zoey teve tosse dos canis (traqueobronquite), uma doença especialmente difícil para os braquicefálicos (cães de focinho achatado) por suas naturais dificuldades respiratórias. Precisei fazer cinco sessões de nebulização nela por dia durante dez dias. Eu já sabia que se tentasse forçar o processo e causasse um trauma logo de cara, as próximas quarenta e nove sessões seriam cada vez piores. Desenvolvi então um protocolo para habituá-la ao processo. Cinquenta sessões se passaram e zero estresse geraram. Nossa relação segue firme e forte.

Salvo quadros neurológicos, todos os problemas comportamentais começam na falta de comunicação entre tutor e cão. É nossa responsabilidade como tutores e seres humanos, aprender minimamente a nos comunicar com a espécie que resolvemos trazer para a casa. Cães não falam e não entendem linguagem verbal, mas nós somos capazes de desenvolver a habilidade de nos comunicar com eles e de entendê-los. Por isso, a obrigação é nossa, não deles.

Graças à Zoey, hoje eu faço e estudo o que amo, cães. Sou educadora canina e tenho como missão, reestabelecer os vínculos entre tutores e cães, muitas vezes perdidos ao longo do caminho dos problemas comportamentais. A falta de comunicação desgasta até as relações mais amorosas e não há nada mais gratificante que devolver a paz à um lar multiespécie.

Participe! Se você, assim como eu, adora o seu amigo e quer aprender a se comunicar melhor com ele para estreitar seu vínculo, tire suas dúvidas, mande um email para: [email protected] ou entre em contato pelo instagram @escoladepatas.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado