Quando o assunto é comida, as lojas da Quituart, entre as QIs 9 e 10 do Lago Norte, surpreendem: do leitão criado na roça ao joelho de porco preparado de forma tradicionalmente ale mã; da moqueca de peixe nordestina ao bacalhau português; do feijão preto brasileiro aos grãos de quinoa da altitude da Bolívia, o cliente pode fazer uma bela viagem gastronômica nos boxes.
Dá para saborear, nos fins de semana e nas noites de sexta, uma paella caprichada feita pelo Weymar do Las Paellas, o vatapá e o caruru do Sabor Mar. Comida japonesa, árabe (do Beit Kahama) e portuguesa estão ali o tempo todo. Em quase todos os estabelecimentos o chope gelado sai por R$ 6.
O lugar é simples, pois a obra da sede oficial da Quituart está embargada há mais de 10 anos, mas muito interessante. O Araratuba, restaurante de Armando Rampani, é um dos mais antigos. Ele decidiu vir para Brasília em 1997, e, logo que chegou, abriu o espaço na Quituart. “Vim para Brasília por causa do estresse de São Paulo”, conta Armando. “Não estava bem na vida corrida de lá. Hoje minha vida é um passeio! Moro numa chácara e sirvo comida caseira, feita com amor”, diz o comerciante.
Capricho
Famoso pelo chope sempre gelado e tira-gostos caprichados, o empresário Marco Túlio, do Butiquim do Tuim, busca suas matérias-primas nos arredores do DF. “Para manter uma boa qualidade nos alimentos, eu procuro ingredientes em outros estados, lugares onde as coisas são mais frescas”, explica.
A cachaça que ele serve no Butiquim viaja mil quilômetros até chegar ao DF. “E essa faz sucesso, viu? Todo mundo aqui elogia e quem não conhece quer experimentar”, lembra. Linguiça frita, bolinho de arroz e a costelinha de porco são três itens que também valem a visita.
Rosângela Rabello, a tia Rô, está há pouco mais de um ano na feira. “O público geralmente mora aqui nas redondezas, e são muitos os clientes fixos. Tem dia que está muito cheio, mas no geral é um movimento bastante bom”, explica a cozinheira de pratos nordestinos. Em seu quiosque, frango com quiabo e a língua de boi com purê de batata são vedetes.
Saiba Mais
A Feira da Cooperativa de Artesãos Moradores do Lago Norte, conhecida como Quituart, foi fundada há 24 anos por mulheres que moravam no bairro e queriam (ou precisavam) participar da renda de casa. Elas começaram preparando comidas e artesanato, e hoje a associação é frequentada por pessoas das mais diversas idades.
Segundo a empresária Priscila Rocha, moradora do Lago Norte, o interessante é que na Quituart, o serviço de comes e bebes é centralizado. “A gente vai lá e escolhe o chope no local onde ele vem mais gelado, pede entradas do restaurante que as serve mais quentinhas, e cada um acaba pedindo o prato principal onde mais apetecer. No final, a gente paga uma conta única”, explica.
O valor pago, explica Tuim, é dividido aos domingos. “Se um cliente pagou R$ 40, mas consumiu alimentos em dois boxes, os donos vão se reunir e dividir os valores para quem for de direito”, finaliza.