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Gastronomia

Sem prato típico definido, chefs apostam em criações para traçar um perfil gastronômico da cidade

Arquivo Geral

16/04/2013 20h00

Cada cidade, no Brasil e no mundo, tem um prato que define bem um povo, conta sua história. Mas a capital do país, chegando agora no dia 21 de abril a seus 53 anos, ainda não possui um prato típico que a associe, assim como o acarajé lembra a Bahia ou o churrasco é a cara dos gaúchos. Mas apesar disso, chefs e especialistas na gastronomia local já apostam na criação de uma identidade própria à mesa.

 

Segundo o chef Dudu Camargo, um paulista que há mais de dez anos adotou a cidade de coração, nos últimos tempos houve uma grande transformação no paladar do brasiliense. Prova disso é o largo crescimento do mercado local, bem diferente de quando ele começou. “Brasília não tinha a cultura gastronômica e isso não era só por falta de qualidade. Ainda não se tinha um paladar tão apurado quanto o de hoje e não buscava tantas novidades como acontece atualmente. Com tantas influências que formam a cultura do brasiliense, percebo que no fim das contas o que apreciam mesmo são as releituras, com toque de requinte e sofisticação”, conta.

 

Antigamente um dos pratos mais populares entre os restaurantes era a picanha acompanhada de arroz com brócolis e farofa de ovos. Não é a toa que prato faz parte do menu do Dudu Camargo Bar Restaurante, como um sucesso de vendas. E para celebrar o aniversário do jeito que mais gosta, que é criando, ele elaborou o picadinho acompanhado de arroz de baru, farofa de cogumelos e ovo poché com azeite trufado (R$ 49,90). A delícia será servida no dia 21/04 no Dudu Camargo Bar Restaurante (303 Sul), Cantina Italiana Unanimitá (408 Sul) e Your’s (QI 09 do Lago Sul).

 

No restaurante Santé13 (413 Norte), o chef Divino Barbosa ressalta a miscigenação de povos que formou a capital federal. Para ele, as pessoas que vieram para a criação da cidade trouxeram consigo tradições, costumes, experiências. “Isso permite que encontremos diferentes tipos de cozinha nesta cidade, tão rica de culturas. Aqui, culinárias de diversos estados e até países, por meio das embaixadas, se encontram”, explica.

 

A celebração na casa será com o bife de chorizo sobre creme de inhame acompanhado de arroz carreteiro, mandioca cozida e couve frita (R$ 38). “O chorizo, embora seja tipicamente argentino, é muito consumido na região sul do país. O arroz carreteiro também é típico dos gaúchos que depois levaram a delícia para os estados do Centro-Oeste, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. A mandioca ou macaxeira ou aipim ganha muitos nomes, assim como as mesas de brasileiros em diferentes regiões”, explica o chef.

 

E quem disse que comida japonesa também não é a cara de Brasília? Para o gerente do restaurante japonês Haná (408 Sul), Dema Mercadante, o paladar dos habitantes da cidade sofreu grandes influências internacionais, por conta da quantidade de embaixadas e representações diplomáticas na cidade. “Percebemos que a culinária fusion é muito bem aceita aqui. Misturamos as cozinhas japonesa, chinesa, tailandesa, indiana, malaia, coreana e árabe com ingredientes típicos da nossa região. Podemos dizer que temakis, ceviches, robatas são tão brasilienses como o Congresso Nacional. Eles estão no dia-a-dia das pessoas da cidade”, conta.

 

Dema completa ainda que o Haná, brasiliense que é, vai festejar o aniversário da cidade com muitas delícias incorporadas ao buffet (segunda a sexta-feira almoço R$ 59,00 e jantar R$ 65,00; sábado, domingo e feriado almoço e jantar R$65,00). Novos patês de sardinha, ova, alcaparra e aliche vão incrementar os deliciosos sushis da casa. Entre os pratos quentes que passam a compor o mix de delícias que são oferecidas na casa estão: moqueca de peixe nipobaiana (temperada com gengibre, shoyu e molho de ostra), ribs (costelinhas de porco) ao molho teriaky ou de missô, robalo ao molho gorgonzola, guiozá de salmão (pastel indiano com recheio de salmão).

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