Na produção de vinhos, a classificação das uvas acontece de acordo com sua origem e elaboração. Entre as mais comuns estão a syrah, malbec, merlot e cabernet. Conhecidas como “uvas internacionais”, no Brasil elas rendem boas garrafas de vinho quando ainda jovens.
De acordo com o pesquisador Mauro Celso, da Embrapa Uva e Vinho, uvas malbec são muito apreciadas no Brasil, porém, pouco produzidas aqui. “Embora seja originária de Bordeaux, na França, onde é usada somente misturada a outras castas, a malbec é atualmente produzida na Argentina, e existem experimentos no Brasil”, explica.
Harmonia à mesa
Carnes vermelhas, churrasco e queijos fortes são a melhor escolha para acompanhar uma garrafa de Malbec. O chef Luiz Antônio Faleiros, do Pobre Juan, comenta que a casta não combina bem com saladas e molhos à base de tomates. “É bem argentina mesmo. Bom para comer com uma carne suculenta quase sem sal, que fica a cargo de um bom corte de queijo”, diz.
O pesquisador Mauro Celso diz que foi no norte da Itália que as uvas merlot se consagraram. “Aromas de chocolate e frutas vermelhas surgem quando essa uva é colhida na maturação correta. A merlot surgiu na Itália, e hoje é cultivada no Chile, Califórnia e Nova Zelândia”, lembra.
Rústica, ela vai bem com carnes de caça, e não combina com frango e queijos amarelos. “Carne de porco, batatas e ervilhas são os ingredientes com os quais ela teria um bom casamento”, diz Faleiros.
A uva syrah se adaptou muito bem em vários países do Novo Mundo, especialmente na Austrália, em Shiraz, local que foi inspiração para seu nome. “Seus vinhos são mais austeros, com cor intensa, aromas bastante frutados e ricos em especiarias”, explica o sommélier Andrea Cardozo, do Coco Bambu.
Encorpada e sem mistérios
Das castas internacionais, a cabernet é a uva tinta mais reproduzida no mundo, e costuma gerar vinhos encorpados. Ela é cultivada principalmente nos Estados Unidos, México, Argentina, Chile, Brasil, Uruguai, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.“Carnes vermelhas, suflês de queijo e purê de batata são facilmente harmonizados com a cabernet. Sem mistério”, brinca o chef Norton Mendes, do restaurante d’Argent.
Água na boca
Para o clima frio, os vinhos da uva syrah são ideais. Eles são bem representados quando servidos com crepes, waffles e sopas. “A syrah é indicada para quem gosta de vinhos mais leves, que servem para acompanhar o jantar, sem roubar a cena dos pratos principais”, aconselha o chef Norton Mendes.