Comida de mãe é sempre mais gostosa. Ela faz aquele arroz soltinho que combina com tudo, feijão com gosto de infância e mais uma enorme lista de delícias. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/DF), cerca de 20% dos restaurantes da cidade são comandados por mulheres.

Se filhos são unânimes em dizer que “a comida da minha mãe é a melhor do mundo”, quem discordaria? Elas incrementam receitas da vovó, evitam usar cebola se o filhote cismar que não gosta e procuram novos jeitos de dispor os alimentos, a fim de torná-los mais atraentes. “Quando eu era pequena, só comia alimentos feitos por ela. Depois, minha mãe abriu um restaurante e entendi que a comida dela era realmente muito saborosa”, comenta Mariana Lopes, filha da doceira Andrea Lopes e viciada em brigadeiro de colher.
Paladares difíceis!
No comando das caçarolas do 4Doze Bistrô, Deise e Daniel, mãe e filho, formam uma dupla com fortes opiniões. Ele não abre mão de comida muito temperada, ela queria receitas para o segmento light. “Daniel sempre foi muito curioso, conheceu temperos e iguarias ao longo do tempo que ficamos estudando as possibilidades de abrir um restaurante”, explica. Com os dois no comando, a casa tem um quê de francês aliado a toques contemporâneos, como cominho e leite de coco.
Impressionar a família não é tarefa fácil, e a nutricionista Ana Clara Guimarães sabe bem. “Na minha casa é preciso fazer um prato diferente para cada membro. Meu sonho era abrir minha própria cafeteria, não é raro toda a família almoçando aqui”, comenta, e não abrem mão de morangos, aspargos e mel.
Para não cair na rotina
O médico Flávio Alencar garante que, como nossas mães são as primeiras a nos fornecer comida, boa parte dos hábitos alimentares que adquirimos ao longo da vida tem influência direta delas. “Quando você é acostumado a comer verduras e frutas, carnes magras e alimentos com pouco sal, percebe que coisas que fogem muito disso não parecem interessantes a ponto de serem consumidas diversas vezes na semana”, ensina.
Por conta desta preocupação, a chef Rosângela Macêdo diz que precisou fazer diversos cursos de gastronomia para não deixar a mesa cair na rotina. “Meus filhos têm restrições com certos ingredientes, então sempre corri atrás de receitas especiais”, lembra. E depois que a prole cresceu ela montou um pequeno curso. “As aulas pretendem diminuir a gordura, fazendo trocas e organizando a geladeira”, explica. Tudo é acompanhado por uma nutricionista. O nome? De mãe para mãe.