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‘Sem Gal, a gente não sabia para onde ir’, diz Daniela Mercury em despedida

“Um orgulho dessa artista, minha guia, minha luz, extraordinária intérprete. Uma mulher, uma artista que fez uma trajetória gigantesca”, diz Mercury

FolhaPress

09/11/2022 19h18

Foto: Divulgação

MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP

A cantora Daniela Mercury gravou nesta quarta-feira (9) um vídeo em que lamenta a morte da cantora Gal Costa e agradece a artista por sua contribuição para a música brasileira. “Eu estou emocionadíssima, consternada, de saber que Gal se foi. A gente nunca imaginou que ela fosse embora”, diz a baiana.

Daniela recorda o espetáculo “Gal Tropical”, o primeiro que pôde assistir, e diz que a acompanhava de perto desde o início. “Sem Gal, a gente não sabia para onde ir, né?”

“Não dá para pensar em música popular brasileira sem pensar em Gal. Uma mulher que sempre esteve adiante do seu tempo, uma mulher que sempre teve atitudes corajosas no palco, esteticamente, trazendo sempre textos e canções muito contundentes e determinadas”, afirma ainda a Rainha do Axé.

Foi graças à intérprete de “Vaca Profana”, conta, que se enveredou pela arte do canto. “Gal é a voz da minha vida. Ela e Elis me ensinaram a cantar.”

No vídeo desta quarta, Daniela Mercury cita músicas que marcaram a carreira da artista, como “Baby”, “Divino Maravilhoso”, e “Força Estranha”, e exalta a sua versatilidade como intérprete.

“Me despeço agradecendo imensamente e dizendo que o orgulho que eu tenho por ela é indescritível. Agradecendo cada canção, cada interpretação, cada letra, cada show que tive a alegria de poder dizer a ela o quanto eu a admirava”, diz Daniela.
Leia, abaixo, a íntegra da despedida de Daniela Mercury a Gal Costa:

Eu estou emocionadíssima, consternada, de saber que Gal se foi. Para a gente que ama tanto ela, a gente nunca imaginou que ela fosse embora.

Um orgulho dessa artista, minha guia, minha luz, extraordinária intérprete. Uma mulher, uma artista que fez uma trajetória gigantesca, imensurável na música do Brasil e do mundo. Uma artista do planeta.

Não dá para pensar em música popular brasileira sem pensar em Gal. Uma mulher que sempre esteve adiante do seu tempo, uma mulher que sempre teve atitudes corajosas no palco, esteticamente, trazendo sempre textos e canções muito contundentes e determinadas. O perfil da obra dela, que mostrava quem ela era como pessoa, como “Vaca Profana”, “Divino Maravilhoso” na época da ditadura.

Sempre do lado certo da história, lutando pela democracia brasileira.

Gal é a voz da minha vida. Ela e Elis me ensinaram a cantar. Gal, com uma obra de 40 álbuns, e todos eles foram absorvidos por mim, estão no meu cotidiano.

Eu tive a chance de ver o primeiro show de Gal, “Gal Tropical”, no teatro Castro Alves. Acompanhava ela de todas as maneiras. Sem Gal, a gente não sabia para onde ir, né? A música brasileira sempre com Caetano, Gil e Bethânia. Essa intérprete… Sua voz é uma marca do Brasil. É uma identidade do Brasil.

Eu fiquei pensando em tantas canções, os álbuns que ela gravou, tudo que ela vem anunciando, e é difícil não destacar “Baby”, não destacar “Vapor Barato”, “Força Estranha”, que fala da voz, “Minha voz / Minha vida”, que Caetano escreveu para ela também.

“Vaca Profana”. E também ela cantando “Olha”. Eu aprendi a cantar essa canção de Roberto e deErasmo com Gal.

Ela conseguiu ter uma carreira muito eclética. Uma intérprete muito versátil, uma voz realmente que transcendia, nos invadia da maneira mais bela, mais extraordinária.

Eu não sei nem como me despedir dela, essa guia ancestral de todo o meu trabalho.

Me despeço agradecendo imensamente e dizendo que o orgulho que eu tenho por ela é indescritível. Agradecendo cada canção, cada interpretação, cada letra, cada show que tive a alegria de poder dizer a ela o quanto eu a admirava. E receber o carinho dela nesse último show que eu fui assistir na turnê recente, mais recente de Gal, no teatro Castrol Alves.

Assisti também Gal cantando com João Gilberto e Maria Bethânia na reinauguração do teatro.

Tive a chance de cantar com ela em Paris, “Aquarela do Brasil” e a Marselhese. Nós juntas com Gil, com Lenine, com Seu Jorge, com Guigi Odelê. Cantando pelos 500 anos do Brasil.

Gal era essa voz do Brasil. “Brasil, mostra a sua cara / Quero ver quem paga / Pra gente ficar assim”. Cantou Cazuza, Caetano… Essa doce bárbara, essa tropicalista, essa artista fenomenal.

Adeus, amiga. Uma honra ter gravado com você “Quando o Carnaval Chegar”. Todas as vezes que eu cantar essa canção, estarei cantando para você. Todas as vezes que eu cantar, estarei cantando para você. Um beijo enorme. Te amo demais.

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