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O amor está no ar… e em clima natalino!

Coletânea “Qualquer Clichê de Natal” reúne seis contos românticos que se passam na data mais afetiva do ano

Mayra Dias

23/12/2021 17h56

Quem não gosta de uma boa história de amor? Mas, e se ela ainda vier acompanhada de todo sentimentalismo e beleza que envolve o Natal? Melhor ainda, não é?!. Essa é a proposta de “Qualquer Clichê de Natal”, coletânea de histórias escritas por doze jovens e talentosas autoras. A obra, que é o quarto livro da série “Qualquer Clichê de Amor”, conta com profissionais que já participaram de volumes anteriores. Neste trabalho, elas formaram duplas para escrever os contos.

Dividindo o texto do conto intitulado “Detalhes”, escrito em parceria com Vanessa Reis, a autora Any Valette conta que conheceu sua dupla pelo Twitter, quando a jovem, apaixonada por um dos contos de Vanessa (“Há mar”), fez um comentário elogiando Vanessa. “E, como se diz nessa rede social, viramos mutuals”, relembra a escritora. Foi através do mesmo site, inclusive, que Natlália Campos, uma das duas organizadoras da série, conheceu a maior parte dos autores que contemplam a coletânea. “A vontade de montar o livro veio através dos interesses compartilhados com esses amigos formados a partir dali”, comenta Any.

Como comenta a artista, “Detalhes” foi a primeira experiência dela em dupla. Any se mostra honrada em fazer essa estreia com alguém que admira. “Foi um trabalho que fluiu muito bem e foi muito gostoso criar esse universo com ela”, compartilha. “Sempre admirei muito a escrita da Vanessa, bem como o modo como as criações dela têm vida própria. Trabalhar em parceria com ela e dividir a criação de um universo tão rico como esse é algo que posso resumir apenas como privilégio”, continuou a escritora de 30 anos.

Any Valette compartilha ainda que o texto escrito com Vanessa Reis é resultado de um processo lento, que durou cerca de seis meses entre as discussões iniciais e a entrega do arquivo final. “Se escrever em dupla já é um desafio, fazer isso durante uma pandemia é uma dificuldade a mais: são duas pessoas diferentes articulando a escrita com demandas profissionais e pessoais, além de ciclos particulares e diferentes momentos de inspiração”, salientou. Segundo ela, ambas queriam que o processo fosse proveitoso e tranquilo, o que as fez conduzirem a escrita da forma mais serena possível. “Encontrar esse equilíbrio talvez tenha sido o nosso segredo para montar uma história de romance completa com tudo o que mais gostamos nas histórias do gênero”, pontuou a moça.

Se autodeclarando romântica de carteirinha, do tipo que é capaz de recitar trechos de comédias românticas sem sequer ter feito esforço para memorizá-los, Any Valette revela que “Detalhes” se passa no sul da Bahia, na cidade fictícia de Porto Amado, e conta a história de Mercedes e Afonso, antigos namorados que não têm contato há 40 anos após um deles ter ido embora para outro estado. “Agora, eles são obrigados a passar o Natal juntos, e exploramos com eles as memórias, os afetos, as cartas e os bilhetes que compuseram a história dos dois”, expõe a artista. Mercedes, segundo o que conta a autora, ocupa o posto de primeiro amor e primeira decepção amorosa de Afonso, e vice-versa. “Do jeito que as coisas vão, somente um milagre de Natal poderia levar os dois a se acertar”, brinca a escritora.

Nesse conto, as autoras exploram questões como segunda chance ao amor, desde amigos a amantes, além de centrarem a história em um casal idoso e fazerem uso de um clichê infalível dos natais brasileiros: o show de fim de ano do Roberto Carlos.

Reafirmação do gênero

“Qualquer Clichê de Natal” mantém a tradição de reunir autores independentes com o propósito de celebrar o amor e, sobretudo, as tradições do gênero romance. De amantes que se odeiam a amores de infância, os principais tropes do gênero protagonizam a obra, encontrando novas roupagens e reviravoltas nas vozes únicas das autoras. Fazer parte desta coletânea, como a própria Any destaca, lhe traz o mais sincero sentimento de alegria. “Durante muito tempo a cultura popular tenta marcar os produtos culturais ditos ‘femininos’ como menores ou menos relevantes, e isso acontece em diversos campos da indústria cultural. Acredito que a força de projetos como a série ‘Qualquer Clichê de Amor’ está justamente em se apropriar disso”, elucida a autora. “Não há nada de errado em querer finais felizes, e nós sabemos disso”, acrescenta.

A obra nacional independente chegou às prateleiras digitais da plataforma Amazon no último dia 14, mas estava com lançamento em pré-venda desde o dia 10. Assim como os volumes anteriores (“Qualquer Clichê de Amor”; “Qualquer Clichê de Amor É Amor” e “Qualquer Clichê de Amor 3”), a coletânea busca dar visibilidade a autoras e histórias com vivências do cotidiano brasileiro, sem abrir mão do bom e velho clichê de amor. As duplas, por sua vez, são compostas por Bianca Sales e Cecília Almeida, Maria Gabriela Barbosa com Ana Victória Costa, Olívia Pilar com Rebeca Kim, Amanda Karolyne e Debora Theobald, Any Valette e Vanessa Reis e Nathalia Bragança com Rovena Naumann.

Sobre os demais contos

Além do texto escrito por Any e Vanessa, outras belas histórias compõem o projeto dirigido por Nathália Campos e Gabriela Barbosa. “Sob as luzes da Mangueira”, de Bianca Sales e Cecília Almeida, por exemplo, conta a história de Gabi e Beto, que cresceram lado a lado. A crônica dos dois perpassa a questão de serem vizinhos, melhores amigos, inimigos e, por que não, algo a mais?

Já a história contada por Nathalia Bragança e Rovena Naumann, chamada “Confissões de um Natal tropical”, apresenta a vida de Maju, que está prestes a se tornar a mais nova editora e associada da empresa onde trabalha. Ela e Theobaldo III, três anos mais novo, inexperiente, recém-formado e neto do fundador da empresa, tem como plano de fundo de suas vivências uma festa de Natal, que esse ano será em um resort luxuoso em uma praia paradisíaca.

Tão empolgante quanto, “Qualquer Clichê de Natal” traz também o trabalho de Amanda Karolyne & Debora Theobald. “Meu amor secreto é…” narra um Amigo Oculto de fim de ano da firma, oportunidade essa em que Miguel aproveita para colocar em prática seu espírito natalino e, ao tirar Elisa, contratada há seis meses, ele vê a oportunidade perfeita para se aproximar da mulher que chamou a sua atenção desde o primeiro dia. O problema, contudo, é que Elisa não está aberta a novas experiências por ser apegada àquilo que deixou para trás. O desfecho disso? Só lendo para saber.

Os outros dois contos são “Uma pitada de Natal”, de Olívia Pilar e Rebeca Kim, e “Milagre no quarto 36”, escrito por Maria Gabriela Barbosa e Ana Victória Costa. No primeiro, Luedji e Yuriko Fabiane estão empolgadas para os preparativos da noite de Natal, mas não contavam que todos os seus planos seriam arruinados por motivos diferentes. As duas vizinhas, desta forma, se veem tendo que contar com a ajuda uma da outra, mesmo sem terem intimidade.
Já o projeto de Maria Gabriela e Ana Victoria nos apresenta “Lina”, que nunca gostou do Natal e, por isso, sua tática favorita para escapar dessa data é passar o dia inteiro em seu local de trabalho: o pequeno, mas aconchegante, Hotel Pedra Azul. Seus planos, todavia, vão por água abaixo quando se vê presa em um dos quartos com Roberto Bittencourt, seu colega de trabalho ranzinza, inimigo número um e, claro, filho do chefe. O final, não apenas desta, mas de todas as narrações trazidas na coletânea, só será conhecido por quem adquirir o livro.

E então? Será que milagres de Natal realmente existem? “Qualquer Clichê de Natal” nos responde!

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