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Música

Zero Pacceli lança primeiro single como artista

Depois de somar mais de 30 milhões de streams no Spotify como produtor, é hora de um novo desafio; em entrevista ao JBr, Zero fala da nova fase, conta sobre a carreira e mostra ao público o single “[Não] Vou te Esperar”, que foi ao ar nesta sexta (19)

Willian Matos

19/08/2022 9h25

Foto: Divulgação

477 mil ouvintes mensais no Spotify, mais de 30 milhões de streams como produtor, feats com vários nomes locais e nacionais. Estes são alguns dos feitos de Zero Pacceli (ou só Zero, mesmo), jovem de 23 anos que vem despontando na cena musical do Distrito Federal. Depois de tanto sucesso por trás de hits como “Desligado” e “Bêbado”, agora tá na hora de vir como artista principal nos trampos. Nesta sexta-feira (19), Zero dá início à vida de cantor. Está no ar “[Não] Vou te Esperar”:

Antes de falar mais sobre o lançamento, é importante dar uma passada rápida na carreira do Zero. E a passada é rápida, mesmo, já que todos esses feitos citados no início foram conquistados em apenas seis anos. O artista surgiu em 2017 no Preto & Branco, grupo do DF que reunia Zero, Torvick e Dudu Pacceli. “Foi quando eu comecei a ver o rap”, conta o artista.

Dois anos depois, Zero começou a se destacar como produtor. O primeiro som foi logo “Falando Dela”, de MC Maha e Jean Tassy, dois jovens — mas já grandes — artistas da cena de Brasília. “São caras que me apoiam, que me ensinaram muito. Construí grandes coisas com eles.”

Agora, Zero se desafia a não apenas produzir, mas também cantar, ser a voz principal das faixas. Ele conta ao JBr que esse sempre foi o objetivo. “Vou dar a largada na minha carreira. Inclusive, quem trabalha comigo sempre comentou que eu deveria fazer isso. No Preto & Branco a gente se dava muito bem, mas faltava aquela oportunidade de fazer um trabalho meu, com minha cara. Agora é a hora”, crava.

O primeiro single da carreira, lançado hoje, é “[Não] Vou te Esperar”, com participação de Tassy e Maha. Sim, a primeira música tem participação. Incomum, né?! Mas há um conceito por trás: “Meu primeiro trampo de produtor foi com eles, e o primeiro trampo solo vai ser com eles. É um marco”, explica. Na faixa, Zero quis escancarar o entrosamento do trio. “Durante toda a música, a gente tá terminando versos um do outro, exatamente pra mostrar a intimidade que a gente já tem.”

Confira a entrevista completa:

JBr: Sua fase como produtor precedeu a carreira de cantor, certo? Você sempre quis cantar, então?

Zero: Sim, sempre foi meu foco. Eu sempre tive visão estratégica, comecei a produzir pra preparar a carreira de cantor. Agora, vou dar essa largada na carreira. Inclusive quem trabalha comigo sempre comentou que eu deveria fazer isso. No grupo [Preto & Branco] a gente se dava muito bem, mas faltava aquela oportunidade de fazer um trabalho meu, com minha cara. Agora é a hora.

Qual o segredo pra alcançar números tão altos, como os 30 milhões de streams somente no Spotify?

Desde o meu primeiro som, sempre prezei a arte da estratégia. Tudo é alcançado se a gente colocar as peças no lugar e fizer as ações necessárias em cada etapa do processo. Eu queria adquirir visibilidade e dinheiro com a produção. Pra isso, fiz cálculos focados em coisas certas. Por exemplo: o Maha e o Jean têm públicos diferentes, mas ambos têm um lado romântico. Daí eu falei: “Mano, eu vou juntar esses dois e fazer um som romântico”. E esse público do ‘lovesong’ é um público que procura músicas novas, fica atrás de lançamentos… sempre fiz tudo de forma bem pensada.

Havia uma época em que eu não tinha tantos artistas de renome pra conseguir bater 100 mil visualizações em uma faixa, por exemplo. Então, eu pensava: “Vou lançar cinco faixas e bater 20k em cada”. Nessa época, eu fui pegando a manha e, consequentemente, os próprios artistas passaram a querer trabalhar comigo. E eu falo isso com toda humildade, porque a gente correu muito atrás de entender as plataformas.

Sobre o Preto & Branco: como foi essa experiência?

Era eu e Torvick de início, por volta de 2017/2018. Depois, entrou o Dudu. Naquela época, o rap era muito feito de grupos, eram vários grupos dentro de um coletivo.

Aprendi muito com o Preto & Branco. Foi quando eu comecei a ver o rap. É daora você começar com alguém, porque certas coisas do início dão medo, como os primeiros shows, por exemplo. Dividir isso com alguém te dá uma segurança maior.

Por que logo a sua primeira música da carreira de cantor tem participação ao invés de ser um som solo?

Tem um significado. Meu primeiro trampo de produção foi com Tassy e o Maha, e o primeiro trampo solo vai ser com eles. É um marco. Eu pensei: “Vou fazer uma estratégia diferente, vou fazer o primeiro som da carreira solo com participações”. São artistas que me apoiam, que me ensinaram muito. Construí grandes coisas com eles. Acho que vai ser um bom início.

Além do single, tem mais novidades vindo aí? Um EP talvez…

Tô preparando meu primeiro EP solo, sim. A gente vai trabalhar numa dinâmica muito massa, com personas diferentes dentro das músicas. Vou fazer uma sequência de EPs. A única dúvida que existe ainda é a ordem.

Porém, agora, a ideia é colocar meu nome na pista. O momento é de construir uma credibilidade como artista. Algumas pessoas me conhecem do Preto & Branco, outras dos trabalhos como produtor. Eu vou fazer uma série de lançamentos com participações. Meu próximo lançamento é com o KT Gomez, depois com a Juyê. Vão ser faixas dos artistas comigo, na verdade.

Você é um artista versátil, transita por vários gêneros musicais. Um deles é o rap. Concorda que o rap tem conquistado cada vez mais espaço na mídia?

Sim, mas eles não queriam dar esse espaço. Só que quando a gente atinge números altos em relação à audiência e relevância com campanhas orgânicas, não tem como não dar espaço. A gente tá toda semana disputando primeiro lugar no YouTube, enquanto outros gêneros colocam dinheiro que só pra tentar conseguir essa relevância. Os caras precisam de nós. E a gente ainda vê isso como ‘Caralho, consegui ir na Globo’ sendo que é a gente que tá levando pra eles o público fresco, que tá curtindo e comentando tudo na internet…

Pra fechar, vai aquela clichê: quais são suas referências?

Dois artistas internacionais que me inspiram muito são Justin Bieber e Drake. O Justin, principalmente quando ele começou a ficar mais maduro e botar mais personalidade no trabalho. É um artista que eu sempre vi ir e voltar de estilos diferentes.de Travis Scott a Ariana Grande. E o Drake é muito pelas ideias, ele consegue falar da vida de forma interessante. 

Aqui no Brasil, quem me inspira muito é o Matuê. Já vi ele lançar duas faixas por ano, mas bater 100 milhões de visualizações quando ninguém da cena batia. Sempre foi um cara estratégico e costuma trazer pro som dele as referências que ele quer.

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