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Literatura

A Ressurgência de Sylvia Plath: Explorando Novos Livros Além da Imagem da Poeta Suicida

A vida e obra de Sylvia Plath têm ressurgido em diversas formas, transcendendo a fronteira da literatura e alcançando a cultura popular

Redação Jornal de Brasília

23/06/2023 9h18

Foto: Reprodução

Sylvia Plath, uma das maiores vozes literárias do século 20, está sendo lembrada através de uma série de lançamentos que chegam às livrarias brasileiras. Apesar de não ter recebido o reconhecimento merecido quando faleceu, Plath agora ocupa seu devido lugar como uma figura literária icônica. A Companhia das Letras publicará uma coletânea completa de sua poesia, bem como o romance “Euforia”, no qual a autora sueca Elin Cullhed assume o ponto de vista da escritora americana para narrar seus últimos dias.

Além disso, está prevista para julho uma edição especial de “A Redoma de Vidro”, único romance da autora, que foi publicado sob o pseudônimo Victoria Lucas semanas antes de seu suicídio. A tradução será feita pela poeta Ana Guadalupe. A vida e obra de Sylvia Plath têm ressurgido em diversas formas, transcendendo a fronteira da literatura e alcançando a cultura popular. Suas frases marcantes são tatuadas na pele de fãs, como a famosa “Eu sou, eu sou, eu sou” de “A Redoma de Vidro”. A escritora até mesmo fez uma aparição em um episódio de “Os Simpsons”, onde sua obra era a leitura preferida de Lisa.

No entanto, Plath enfrentou várias rejeições em vida. Seu romance, por exemplo, não foi bem recebido pelos editores, que expressaram preocupação com a abordagem da doença mental e tentativa de suicídio da protagonista. Sua própria vida tumultuada influenciou profundamente sua escrita, especialmente em seus últimos meses, nos quais ela enfrentou períodos sombrios. A morte é um dos temas centrais de sua obra, mas também há referências à natureza e à vida, mostrando a ambivalência presente em seus poemas.

A autora sueca Elin Cullhed, que escreveu emulando a voz de Plath, destaca que muitos escritores homens também cometeram suicídio, como Ernest Hemingway. No entanto, eles não são lembrados apenas por esse fato, enquanto Plath teve sua obra frequentemente obscurecida por sua morte trágica. Cullhed acredita que a história da poeta poderia ter tido um desfecho diferente se ela tivesse vivido um pouco mais e experimentado o movimento feminista.

Plath continua a ser uma figura poderosa e sua escrita ressoa com muitas pessoas, transcendendo as décadas desde sua morte. Seu legado literário está sendo reavaliado e valorizado, reconhecendo-a como uma autora de grande importância, cuja voz continua a ecoar nas páginas de seus livros. Como ela mesma escreveu em “Lady Lazarus”, “Das cinzas me levanto, ruiva, sem nenhum disfarce. E devoro homens como se respirasse”.

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