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A Flor Que Rompe Os Muros: poetas brasilienses e cariocas realizam lançamento virtual

Esse volume é, em síntese, o mais poético, belo e forte dos três. São poesias mais maduras, de uma poética mais bem construída

Redação Jornal de Brasília

25/01/2021 17h03

O livro de poesias A Flor Que Rompe Os Muros chega ao terceiro volume em 2021. A obra, que tem 10 poetas espalhados pelo Distrito Federal e Rio de Janeiro, vai ser lançada na próxima sexta-feira (29/01), às 20h, no canal do YouTube Fumaça Literária, do organizador Pedro Gabriel Leite, 23 anos, formado em História na Universidade de Brasília (UnB).

Reunir poetas independentes com a ideia de baratear os custos altos cobrados por grandes editoras, essa ainda é uma das propostas da Flor, como o livro é carinhosamente chamado. Mas, nesta nova edição, o escritor adianta que os leitores poderão ver um cardápio literário diversificado.

Esse volume é, em síntese, o mais poético, belo e forte dos três. São poesias mais maduras, de uma poética mais bem construída. No primeiro, a idade média dos poetas era de 18 anos, agora é de 24. Além disso, este é o volume em que os poetas possuem mais espaço, preenchendo um capítulo com dez poesias cada. Por último, é neste que os poetas de modo geral demonstram uma maior consciência política, unindo seus versos numa resistência poética ao desgoverno que se assentou no Planalto e tem desgraçado a nossa pátria e milhões de brasileiros”, comenta Pedro Leite.

O coordenador da obra conta os desafios de escritores independentes para ter o livro em mãos para poder divulgar e comercializar. “Ser escritor no Brasil não é nada fácil. Ser um escritor de poesia, jovem, de baixa renda, marginal e periférico então é quase uma missão impossível. Portanto, a Flor surge querendo romper esse muro. O muro da invisibilidade, da dificuldade e da frustração, para tornar um sonho, praticamente impossível, em realidade. Amadureci muito com a Flor. Posso dizer que esse projeto foi o que me fez de fato me entender enquanto escritor e poeta. Em 2016, tudo não passava de uma aventura e um experimento”, afirma Pedro, ex-morador da Vila Planalto, mas que atualmente mora em Cabo Frio-RJ.

Foto: Rômulo Aires

No livro, todos os poetas têm um codinome de identificação. Cefas é o que Pedro Leite escolheu novamente para este volume, por exemplo. Os demais são: Zenas (Raphael Zenas), Gabrielle (Maria Gabrielle), Netto (Vitor Oliveira), W.a.p. (Gabriel Max), Marra (Pedro Marra), Souza (Lucas Souza), Matos (Eduardo Matos), Victoria (Victoria Italiano) e Foti (João Foti). Lembrando que cada um possui um capítulo próprio com 10 poesias.

Amadurecimento

Junto de Pedro, Maria Gabrielle, 24 anos, é a outra poetisa que participa do livro desde o primeiro volume, publicado em 2016, quando oito poetas participaram. A segunda ocorreu em 2018, com 10 poetas, assim como a atual. Formada em Serviço Social, a escritora relata que por volta dos 12 para 13 anos começou a se interessar em mexer com as palavras.

“Sentia a necessidade de escrever, obviamente não sabia o que e o porquê dela dentro de mim. No entanto, nessa época, eu tentava escrever e compor letras de músicas (risos). Com o passar do tempo, comecei a perceber que todos os fatos que aconteciam na minha vida, de certa maneira, me despertavam essa vontade de serem registrados, e geralmente, eram sempre anotados nas últimas folhas dos meus cadernos”, afirma.

Entre os 16 e 17 anos, Gabrielle passou a se definir como poetisa. “Foi me analisando que cheguei à seguinte conclusão: todos nós somos poetas, e a vida é pura poesia. Aos 17 anos, no 3° ano do ensino médio, com ajuda de um amigo, peguei todas as poesias do caderno e as do computador também, entreguei tudo para ele e aí demos vida ao meu primeiro e-book autoral publicado na internet: Poemas ao Vento.”

Gabrielle destaca que irá trazer para este livro suas inquietações, angústias e frustrações. “As dores da minha alma de maneira geral, o íntimo, obscuro, aquilo que só nós sabemos. Eu diria que a sombra neste volume poderia até mesmo ser as memórias e os estragos deixados por uma paixão que se foi. Na Flor que Rompe os Muros, volume III, os leitores vão se deparar com uma Maria Gabrielle bem mais madura na escrita e fazendo um jogo de palavras bem melhor que o dos volumes anteriores. Meu capítulo foi escrito em 2018 quando eu tinha 21 anos”, diz.

Como digo na minha biografia do livro: ‘escrever para desabafar. Para florescer. Para eternizar a alegria e a dor de ser quem sou’. Aos leitores que gostam dessa parte intimista e existencialista obscura, não se preocupem, as sombras sempre estarão conosco (risos). Agora, quero fazer um convite: que tal se começássemos a escrever sobre a luz?”, conclui a escritora, que mora em Sobradinho.

“Reflexão sobre o amor”

Com a ideia de trazer reflexão sobre o amor pelas pessoas e das coisas, o jornalista Pedro Marra, 25 anos, aposta no bom humor para acrescentar conteúdo ao livro. Nascido em Brasília, ele começou a escrever versos de presente para os pais por volta dos 16. De lá para cá, criou o blog Prosando com a poética, em 2015, para tirar as palavras do papel e publicá-las na internet. Por sinal, usou o mesmo nome no livro de poesias, lançado em 2017.

Foto: Divulgação

Marra, como é chamado, é o idealizador da arte de rua Poesia na Casca, criada em 2016, na qual ele pretende levar o estilo do projeto cultural para a obra, e com um imaginário da rotina antes e durante a pandemia da covid-19. “As pessoas respiram e fazem poesia quando nem percebem, seja no olhar de flerte no meio da rua ou quando sonham em viver em uma realidade. É isso que quis trazer, meu olhar do amor puro que existe dentro de nós. A Cássia Eller canta em Malandragem a famosa frase ‘eu sou poeta e não aprendi a amar’. Então talvez o processo de aprender a amar tenha uma adrenalina mais gostosa de se viver”, opina.

Poesias de resistência

Esta edição traz uma novidade em relação às anteriores. Na parte final, os leitores irão encontrar o capítulo Resistência Seremos!, em que cada poeta escolheu versos para criticar a combater o sistema opressor como uma forma para simbolizar a obra com uma flor que realmente rompe os muros. A ideia surgiu após a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (sem partido), em 2017, considerado pela classe artística uma ameaça à democracia, e com os escritores da Flor III não é diferente.

Outra novidade desta edição é um sorteio que será feito durante a live do lançamento virtual. Será anunciado a vencedora ou vencedor de um kit com 1 livro, 1 marca página de papel couchê e 1 marca página bordado da página Mãos Bordadeiras, parceira do livro.

Serviço

LIVE: A Flor Que Rompe Os Muros – Volume III
Onde: Canal do YouTube Fumaça Literária – Pedro Leite (link)
Horário: a partir de 20h
Quando: sexta-feira (29/01)

Redes sociais
Instagram: @aflor.3
Facebook: A Flor Que Rompe Os Muros v. III

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