Gente, estou passada, isso não é ruído de bastidor. É freio puxado em plena semana de Natal.
O SBT decidiu falar grosso e colocou uma condição objetiva para exibir o especial de fim de ano de Zezé Di Camargo. O programa só vai ao ar se o cantor fizer uma retratação pública, clara e sem rodeios, sobre as declarações em que afirmou que a emissora estaria se prostituindo para manter a grade.
A fala caiu como uma bomba. Não foi vista como crítica. Foi tratada como ataque direto. E ataque tem resposta.
Nos bastidores, o clima ficou apertado. Forte. Daqueles que fazem a sala ficar em silêncio. O especial está pronto, gravado, com investimento alto e espaço nobre reservado na programação. Mesmo assim, a direção avaliou que exibir o programa sem resposta seria passar recibo.

A ordem foi simples e dura. Quer ir ao ar? Então precisa se retratar. Especialmente sobre as filhas de Silvio Santos. Sem nota vaga. Sem frase genérica. Sem aquele pedido de desculpas que pede desculpa pra ninguém.
O ponto sensível não é só a palavra prostituição. É o alvo. As herdeiras do fundador da emissora. A família. A história. A memória afetiva do SBT. Isso atravessou qualquer limite aceitável.
O movimento da emissora é raro. Poucas vezes se viu um canal condicionar a exibição de um especial já pronto a uma retratação pública. Mas aqui a discussão deixou de ser artística ou comercial. Virou institucional.
Internamente, o entendimento é que Natal não combina com silêncio conveniente. Combina com limite bem colocado.
Agora, a bola está com Zezé Di Camargo. Ou ele recua, pede desculpas e retira o que disse. Ou o especial corre o risco de virar símbolo de uma crise que ninguém quer carregar na noite mais sensível do ano.
O SBT deixou claro que não está discutindo audiência. Está discutindo respeito.
E quando a emissora decide bater o pé, não costuma pedir duas vezes.