Com a volta de Rainha da Sucata à programação da Globo, um dos nomes mais lembrados da trama também retorna aos holofotes: Laurinha Figueroa, a inesquecível vilã interpretada por Glória Menezes. Arrogante, elegante e manipuladora, a personagem marcou a teledramaturgia como o retrato da elite decadente que não aceitava a ascensão dos novos-ricos e se tornou um dos papéis mais emblemáticos da carreira da atriz.
Na história, Laurinha era a madrasta de Edu Figueroa, vivido por Tony Ramos, e fazia de tudo para atrapalhar o romance do enteado com Maria do Carmo (Regina Duarte), a “rainha da sucata” que enriquece com o ferro-velho do pai e passa a disputar espaço com a alta sociedade paulistana. A rivalidade entre as duas mulheres se transformou em um dos pontos mais fortes da novela, rendendo momentos antológicos.

A personagem ganhou tanta força que acabou virando um verdadeiro fenômeno popular. O público adorava odiar Laurinha, que colecionava frases marcantes e cenas de puro deboche. A atriz Glória Menezes chegou a contar anos depois que a repercussão foi tamanha que, quando a vilã morreu na novela, a imagem de sua personagem estatelada no chão chegou a estampar as páginas dos jornais da época, tamanha comoção que o capítulo causou.

A cena da morte, exibida em outubro de 1990, é lembrada até hoje como uma das mais impactantes da teledramaturgia. Após uma sequência de derrotas e humilhações, Laurinha se joga do alto do prédio da Sucata, na Avenida Paulista, em um desfecho simbólico que representava a queda definitiva da velha elite. A sequência parou o Brasil e garantiu índices altíssimos de audiência, ultrapassando os 60 pontos no Ibope.