Amigas, estou tomando o meu cafézinho amado de todo dia enquanto estou assistindo ao Jornal Nacional desta quarta-feira (14) no meu Globoplay, quando ouço a Renata vasconcelos disse que eles conseguiram acesso, com exclusividade, a informações do gravador de voz do avião da Voepass que caiu com 62 pessoas a bordo. A reportagem foi feita pela Gioconda Brasil.
O Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo do Cenipa transcreveu as conversas entre o piloto e o copiloto registradas pelo CVR – o gravador de voz da cabine. São cerca duas horas de transcrição.
De acordo com investigadores ouvidos pela TV Globo disseram que essa análise preliminar do material indica que o ATR 72-500 perdeu altitude de forma repentina e que, apenas pela análise do áudio da cabine, não é possível identificar no momento uma causa aparente para a queda.
Ao notar que o avião estava perdendo a sustentação, o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva perguntou ao piloto o que estava acontecendo. Disse que era preciso dar potência, uma tentativa de estabilizar a aeronave e impedir a queda – o que não foi possível. Cerca de um minuto se passou entre a constatação da perda de altitude e o choque do avião contra o solo. Segundo os investigadores, o áudio registra que a tripulação tentou reagir neste tempo e a gravação é finalizada com gritos e com o estrondo do choque da aeronave contra o chão.
O ATR 72-500 tem as hélices da parte de cima da fuselagem, muito próximas da cabine de comando. De acordo com os investigadores, foi o que teria provocado muito barulho e aumentou a dificuldade para decifrar os diálogos gravados.
Em uma análise preliminar, o Cenipa não identificou sons característicos de alertas que poderiam “guiar” a investigação sobre as causas da queda da aeronave: o alarme de presença de fogo, de falha elétrica ou uma pane no motor, por exemplo.
Nessa primeira avaliação, os dados da caixa-preta ainda não permitiram confirmar ou até mesmo descartar a principal hipótese levantada pelos especialistas nos últimos dias: a de que o avião teria caído em razão da formação de gelo nas asas, seguida de uma perda de estabilidade (“estol”, no jargão). A confirmação da real causa do acidente vai depender da análise de mais registros das caixas-pretas – e da combinação de todas essas informações.
Esse relatório preliminar sobre o caso só ficará pronto em 30 dias. Até lá, os investigadores esperam desvendar o “contexto” da tragédia – considerado nebuloso até o momento.