Pietra Travassos tem 18 anos, um sorriso que ilumina o palco e uma coroa que ela conquistou com merecimento, beleza e presença. Mas bastou subir no trono de Miss Santa Catarina para que parte da internet mostrasse o que há de mais feio fora das passarelas: o racismo travestido de opinião.
Sim, na última sexta-feira, enquanto Pietra vivia o sonho de qualquer candidata, a caixa de comentários virou palco de um show de horrores daqueles que nenhum roteiro de concurso de beleza jamais previu. Chamaram-na de tudo, usaram “piadinhas” de gosto duvidoso e, em nome da tal liberdade de expressão, tentaram transformar o preconceito em meme.


Mas, meus amores, liberdade de expressão não é passe livre pra crueldade. E Pietra, com sua postura, mostrou exatamente o oposto do que os haters têm: dignidade, graça e luz própria.
Pietra representa algo maior do que uma faixa dourada: ela é o símbolo de uma geração que não se curva diante do racismo estrutural, que desfila sem pedir licença e que não aceita ser medida por um padrão ultrapassado.

Santa Catarina, que por tantos anos foi vista como o reduto da “beleza padrão”, agora se vê coroando uma rainha que quebra esse molde com uma força que vai muito além da estética.
E convenhamos: quem ousa criticar Pietra revela mais sobre si do que sobre ela. Porque, enquanto os comentários apodrecem na internet, a Miss brilha, linda, serena e com a coroa firme na cabeça e o olhar no futuro.

O que Pietra viveu é a prova de que ainda há muito a ser feito. Mas também é o retrato de um Brasil que muda, mesmo aos trancos e barracos virtuais. Porque, por mais que tentem apagar seu brilho com comentários venenosos, Pietra Travassos já entrou pra história.
E quem sabe, na próxima vez que alguém quiser falar de “liberdade de expressão”, que fale também de responsabilidade, empatia e vergonha na cara.