Nesta segunda-feira, 27, o Ministério Público da Bahia realiza uma audiência pública em Salvador para discutir o inquérito civil instaurado para apurar a responsabilidade de Cláudia Leitte por danos morais às religiões de matriz africana. O caso envolve a alteração na letra da música “Caranguejo”, apresentada pela cantora em show no final de 2023.
Durante a apresentação, Cláudia Leitte substituiu a frase “Saudando a rainha Iemanjá” por “Eu canto meu rei Yeshua”, referência a Jesus, após se converter ao evangelismo. A mudança gerou críticas de representantes da cultura afro-brasileira, incluindo a Iyalorixá Jaciara Ribeiro e o Instituto de Defesa das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), que levaram o caso ao MP.
Os promotores de justiça Lívia Vaz e Alan Cedraz destacaram a importância de debater os impactos dessa mudança nas comunidades religiosas afro-brasileiras e na proteção do patrimônio cultural envolvido. O objetivo da audiência é discutir o papel do poder público no enfrentamento do racismo e da intolerância religiosa.
Em sua primeira declaração sobre o assunto, feita em coletiva de imprensa no dia 30 de dezembro, Cláudia Leitte se mostrou consciente da gravidade do tema e pediu um debate respeitoso sobre o racismo. “Esse é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade”, afirmou.