Menu
Kátia Flávia
Kátia Flávia

Juliellte fala sobre preconceito e pressão comercial para gerar dinheiro

No lançamento de seu primeiro álbum, Ciclone, cantora faz revelações sobre seus traumas e preconceitos que viveu após vencer o BBB21.

Kátia Flávia

25/08/2023 17h30

No lançamento de seu primeiro álbum, Ciclone, cantora faz revelações sobre seus traumas e preconceitos que viveu após vencer o BBB21.

Depois de 2 anos que saiu como a campeã do BBB21 e se lançando na carreira de cantora, finalmente o primeiro álbum de estúdio de Juliette está entre nós. Neste álbum, a rainha dos cactos revela que a obra reúne inúmeros momentos íntimos da advogada, agora artista, desde que foi jogada no meio do “furacão da fama” até aprender a andar com as próprias pernas no palco criado pelo público. Paraibana com muito orgulho, ela diz que ainda sofre preconceito por conta de seu sotaque e também admite a pressão comercial por números estratosféricos tanto na internet quanto em lucros da música.

E Juliette conta que nunca quis ser famosa e quase se viu cegada pelos holofotes. “Eu só queria ter mesmo dinheiro e dignidade. Ninguém saía do BBB extremamente famoso, era raridade’, conta. “Eu queria sair com um dinheiro e fazer umas publis. Não me preparei para uma vida artística, para vencer nada, só pensava em ganhar dinheiro e seguir minha vida. Perdi pedacinhos de mim que eu sabia que eram a felicidade, coisas ‘caras’ que eu tinha, como privacidade e intimidade. Colocando na balança, estou no lucro. Me adaptei à vida de uma forma muito rápida”, revela.

Ela ainda fica incomodada com a pressão do mercado fonográfico para a produção desenfreada de músicas “sem qualidade”. Juliette entende que precisa gerar lucro através de seu trabalho, mas não se importa de perder seguidores ou fãs se isso a entrega de um bom produto. “Existe muita cobrança, é impressionante. O mercado diz que precisamos lançar muitas coisas, e rápido, todo mundo tem a receita certa, cheio de especialistas, estratégias… Por isso a Doja Cat deve estar louca”, brinca ela. “É difícil, porque sempre tem opiniões. E, se não atingir o número tal, você flopa. Isso tira a naturalidade e a fluidez da música, até da qualidade às vezes, porque você tem pouco tempo de produção. Tem como hitar e atingir número com música de qualidade, você não precisa entregar qualquer coisa.”

Em trabalhos anteriores, neutralização do sotaque paraibano já foi imposta à cantora, também julga a música pop como um dos gêneros mais difíceis para cantores das regiões Norte e Nordeste serem reconhecidos.
“O mercado é acostumado, infelizmente, à cultura predominante ser do Sul e Sudeste.” “Muitas vezes as pessoas não estão preocupadas com a música, e sim em fiscalizar o meu sotaque. Já é um pouco misturado, mas é individual. Noto que esse estranhamento existe, mas tento não ceder. Não vou fingir sotaque, não temos que nos render. Não tem porque fingir que a diferença não é boa. Já tentaram fazer isso comigo, mas já viram que não deu muito certo”, dispara.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado