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Kátia Flávia
Kátia Flávia

Ex-braço direito de Milton Neves é condenado a devolver R$ 3,2 milhões após anos de desvios silenciosos

Justiça reconhece esquema prolongado, acesso irrestrito às contas e enriquecimento incompatível com a renda declarada

Kátia Flávia

12/12/2025 16h45

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A Justiça de São Paulo condenou um ex-funcionário de confiança de Milton Neves a devolver R$ 3,2 milhões ao jornalista. Foto: Reprodução / Band

A sentença caiu como lâmina. A Justiça de São Paulo determinou que um ex-funcionário de confiança de Milton Neves devolva R$ 3,2 milhões desviados ao longo de quase oito anos. Não foi descuido, não foi confusão contábil, não foi mal-entendido. Foi prática contínua, silenciosa e sistemática, fiquei estarrecida ao ler no site do meu “best” Daniel Castro.

O juiz da 32ª Vara Cível foi direto ao ponto. O réu se aproveitou do acesso irrestrito às contas pessoais e empresariais do apresentador para realizar saques fracionados, transferências bancárias recorrentes e pagamentos sem qualquer autorização formal. Tudo longe dos holofotes. Tudo longe do radar. Tudo enquanto ocupava o posto de homem de confiança.

O padrão que entregou o jogo
A decisão judicial detalha um roteiro pouco elegante. Movimentações incompatíveis com a renda declarada, emissão de notas fiscais sem comprovação de serviço e um rastro financeiro que não fechava. Perícias contábeis mapearam o caminho do dinheiro ao longo dos anos, desmontando a narrativa de normalidade.

O magistrado destacou que justamente essa proximidade permitiu que o esquema se mantivesse ativo por tanto tempo, sem alarde, sem suspeita imediata e sem resistência interna.

A tentativa de justificar os valores como acordos verbais e serviços prestados não passou do papel. Nenhum contrato. Nenhuma autorização. Nenhuma prova minimamente consistente.

A resposta veio seca. Argumentos rejeitados. Condenação mantida. Restituição integral determinada, com correção monetária.

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O jornalista foi vítima de um esquema de desvio de dinheiro que teria durado quase oito anos. Foto: divulgação

E um detalhe que pesa. A sentença deixa claro que a responsabilização civil independe de eventual ação penal. Em tradução livre. Devolve agora, responde depois.

Milton Neves já havia falado publicamente sobre o impacto pessoal da descoberta. Anos de relação profissional e pessoal reduzidos a números frios em extratos bancários. O que antes era frustração virou decisão judicial.

Quando a confiança vira ferramenta de desvio, o ajuste não vem em conversa privada. Vem em sentença, valor fechado e assinatura no rodapé.

E desta vez, veio.

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