Amores, nas redes, o script é coordenado. Comentários em massa, tag padronizada, ameaça de boicote e até apelido novo para a emissora, que passou a ser chamada de SPT. A mira é clara, Luciano Hang, o Velho da Havan, empresário que mantém investimentos robustos na grade do SBT, especialmente em atrações como o Domingo Legal, de Celso Portiolli.
Agora, vamos combinar uma coisa com o leitor adulto da sala. Pressão virtual existe. Realidade comercial também. E entre uma coisa e outra, é mais fácil um elefante criar asas, pedir autorização da Anac e decolar em Congonhas do que a Havan romper uma relação publicitária sólida, antiga e financeiramente estratégica por causa de tempestade de comentário.
A própria matéria lembra um detalhe que desmonta o drama, a Havan anuncia em várias emissoras, inclusive na Globo, onde aparece tranquilamente nos intervalos da novela Três Graças, líder absoluta de audiência. Ou seja, não se trata de amor ideológico, mas de negócio. E negócio não se resolve no caps lock.
Procurado, o SBT disse que não comentaria o assunto. A Havan também não respondeu. Silêncio que, nesse caso, fala alto. No ano passado, Luciano Hang esteve em jantar com o clã Abravanel ao lado dos principais anunciantes da casa. A relação entre as empresas segue ótima, firme e sem sinal de abalo.
No fim das contas, a campanha rende engajamento, print e indignação performática. Mas patrocínio se move por audiência, alcance e retorno. E nisso, goste-se ou não, o SBT continua entregando.
Resumo prático da ópera, o elefante segue no chão, a verba segue na tela e a internet.