Daniel Lemos não pediu licença. Subiu o tom, cobrou espaço, incomodou quem estava confortável demais e agora colhe o resultado. O engenheiro mecânico recebeu o título de Embaixador 2025 do Sistema Confea/Crea, durante o evento Especial Influenciadores, realizado em São Paulo, e transformou um reconhecimento institucional em recado político para a categoria inteira.
Nada de homenagem protocolar. O prêmio veio porque Daniel resolveu fazer o que muitos pensavam e poucos tinham coragem de dizer. A engenharia mecânica estava sendo empurrada para o canto. E ele não aceitou.
“Esse título carrega muito mais do que uma placa. Ele carrega história.” A frase, dita por Daniel no palco, resume bem o clima da noite. Ao receber o reconhecimento das mãos de Lígia Mackey, presidente do Crea-SP, e Vinicius Marchese, presidente do Confea, ele deixou claro que a conquista não era individual. Era coletiva.
Daniel virou referência justamente por usar as redes sociais para algo que incomoda. Dar voz a engenheiros esquecidos, cobrar fiscalização, discutir anuidade, mostrar caminhos fora da CLT engessada e ensinar que o engenheiro pode, sim, ganhar dinheiro sem pedir favor.

Uma das bandeiras mais defendidas por Daniel virou realidade. O Confea aprovou mudanças que permitem que engenheiros mecânicos titulares únicos de empresas individuais fiquem isentos da anuidade de pessoa física, pagando apenas a de pessoa jurídica. Parece técnico. Mas é revolucionário.
“Quando o engenheiro entende o valor que tem, nada segura”, resume Daniel, com aquele tom de quem já brigou muito para chegar ali.
Com atuação forte no digital, Daniel Lemos ajuda colegas a atuarem como autônomos em um mercado onde emprego formal virou artigo de luxo. Segundo ele, é possível faturar acima de R$ 15 mil mensais, mesmo sem experiência prévia, quando se entende o jogo.
Diretor da Engenhando Soluções, empresa que presta serviços para grandes companhias em todo o Brasil, ele também atua como mentor. Leve no jeito, direto na fala e acessível no conteúdo. Nada de pedestal. Nada de jargão vazio.
São mais de 3.500 alunos desde 2018. Muitos hoje lideram carreiras, abriram escritórios, viraram prestadores disputados. Gente que estava invisível e agora ocupa espaço.
“A engenharia mecânica está vivendo uma virada histórica”, diz Daniel. E não é exagero. O que antes ficava escondido em planilha e bastidor agora ganha palco, linguagem simples e audiência.
O reconhecimento do Confea e do Crea-SP não veio por acaso. Veio porque alguém resolveu bater na mesa, ensinar, cobrar e provocar.
Daniel Lemos saiu do palco com uma placa na mão.
Mas deixou claro que o prêmio é da categoria inteira.