Não é de hoje que digo para vocês que Fred Nicácio tem uma história de vida pra lá de emocionante, mesmo não gostando de algumas atitudes dele dentro do jogo. Fred dividiu com os colegas de confinamento que já passou por algumas situações de preconceito por ele se homossexual e deu detalhes do fato.
“O movimento negro, bem recente, há 15 anos, exigia que eu não fosse gay porque eu tenho que ser macho, tem que ser homenzão. E aí, onde fica esse afeto do homem preto gay? Não posso ser hipócrita porque tem vários pontos que me inserem de uma maneira diferente: eu sou médico, sou homem bonito, tenho porte, corpo físico estruturado, isso já me coloca num lugar de desejo. E quando é um homem preto, afeminado, gordo e gay? Onde ele está? Quem vai se importar com o afeto dele? E todo mundo conhece um homem preto, gordo, afeminado e periférico”, desabafou ele.
O médico ainda falou sobre o racismo. “O racismo estrutural tá no olhar, tá naquele segurança que me segue dentro do mercado. Até hoje quando eu vou no mercado eu não boto a mão no bolso porque sei que o cara vai chegar: ‘O que tá no bolso aí?’, pra evitar esse constrangimento eu não coloco a mão no bolso”, revelou.