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Cultura periférica: Começa hoje a quinta edição do Favela Sounds

Público poderá conferir mais de 40 atividades gratuitas com grandes nomes da criatividade brasileira

Redação Jornal de Brasília

18/08/2021 6h30

Cultura periférica: Começa hoje a quinta edição do Favela Sounds

Lançado em 2016, e tendo reunido mais de 100 mil pessoas em suas edições presenciais, ò Favela Sounds – Festival Internacional de Cultura de Periferia chega a sua quinta edição em 2021, em formato online e com conteúdos exibidos através da plataforma favelasounds.com.br. Entre hoje e 22 de agosto, o público poderá conferir mais de 40 atividades gratuitas, entre shows, mini oficinas, debates, entrevistas, talks e sessões de mentoria voltadas ao mercado criativo, com grandes nomes da criatividade brasileira e mundial.

Compreendendo a realidade ainda enfrentada pelo Brasil no que se refere à pandemia e a importância de oferecer atividades gratuitas e online para o público periférico, o festival se remodela e oferece uma imersão pelas favelas do Brasil. Todo o conteúdo será transmitido pela plataforma Favela Sounds, onde a arena presencial do festival ganha o ambiente virtual, através de um grande mapa do país.

O diferencial está nos nomes dos estados, que passam a ser identificados por algumas de suas mais importantes comunidades, homenageando dez favelas das cinco regiões do país e compartilhando com o público um pouco da história e importância das criações artísticas surgidas nesses territórios. Ao acessar um estado brasileiro, o usuário encontra um palco do evento, com programação embedada diariamente até 22 de agosto, e à disposição para ver e rever ao longo de um ano.

A vez do amor

Em 2021, Favela Sounds trará como tema “A vez do amor”, um chamado a debates, reflexões e construções que tratem de afeto, do combate aos crescentes e constantes discursos de ódio e preconceitos, que fale de solidariedade e que estimule o pensamento de novos futuros a partir de uma ética amorosa. O tema faz referência ao samba homônimo do artista brasiliense Vinícius de Oliveira (“Se todo mundo pode, eu posso também / Se todo mundo vive, quero viver também / A Vez do Amor chegou enfim”).

Para a ocasião, o festival lança sua “Corrente do Bem”, iniciativa que arrecadará recursos para organizações de favelas brasileiras, com o objetivo de auxiliar no combate à fome (que ameaça 60% dos lares do país) e nas medidas de cuidado contra a covid-19.

Programação temática

Hoje, o Favela Sounds apresenta debates e trocas sobre combate à desinformação, coletividade e solidariedade. Amanhã, trata especificamente do combate aos discursos de ódio e preconceitos. A sexta-feira (20) ganha as cores do arco-íris, com programação completamente comandada e dedicada à comunidade LGBTQIAP+, em uma referência à campanha “Cores Vivas”, realizada pelo festival em 2020. O sábado (21) é dedicado à saúde mental e à importância do autocuidado, retomando o debate iniciado ano passado durante a campanha Favela Cuida.

O fechamento do evento é só das mulheres no domingo (22), com programação exclusivamente feminina e temas diversos, comprovando que lugar de mulher é onde ela quiser, e lançando uma nova campanha para o festival: o Favela Delas.

As atividades serão apresentadas das 16h às 23h30, com exceção do sábado, que se estende até a madrugada com uma festa online realizada na Twitch.

Em 2021, Favela Sounds reúne desde figuras que já passaram pelo palco do festival a novas caras da música periférica para celebrar os cinco anos de criação do projeto. A representatividade, marca forte do festival, é mantida no line com mais de 50% da programação comandada por mulheres, grande maioria de artistas negros e pelo menos 40% do line voltado a evidenciar narrativas LGBTQIAP+. A diversidade toma conta também dos estilos musicais programados. O funk, o pagodão, o drill, o bahia bass, o pagode, a MPB, o pop, o bregafunk, o trap, o afrohouse e, claro, o rap já têm encontro marcado pela web.

Atrações musicais e intelectuais

Os músicos que formam o line up pelo Favela Sounds são: Amaro (DF) convidando Markão Aborígene, Realleza e Taliz (DF), A Travestis (BA), A Dama do Pagode (BA), Ellen Oléria (DF), Enme (MA), GOG (DF), Jup do Bairro (SP) convidando Mulambo (SP), MC Mari (BA), Murica (DF), Tássia Reis (SP), TrapFunk&Alívio (BA), Tuyo (PR), Shevchenko e Elloco (PE), Vandal (BA) e Vinícius de Oliveira (DF), além de 5 DJs que se revezam na festa Nave de Som Oi Futuro, dia 21 de julho, com cinco horas de discotecagem de hip-hop, funk e afrohouse para o público da Twitch.

Oficinas, debates e talks também serão oferecidos na edição virtual do evento. Tratamos de literatura, política social, impactos econômicos da cultura periférica da música, representatividade na publicidade, nas grandes corporações e na cultura, questões indígenas, saúde mental. E tudo isso atravessa o tema escolhido para esta edição”, afirma Guilherme Tavares, um dos idealizadores do festival.

Para estas atividades, foram elencados: Anielle Franco (educadora e jornalista), Luciana Adão (Oi Futuro) entrevistando Leonardo Padura (escritor cubano), Mariana Fernandes (doutoranda em História UnB) entrevistando Sonia Guajajara (especialista em educação pela UFMA e ativista), Bia Nogueira (produtora cultural e multiartista), entre outros.

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