Autora do livro “Do Peixe vivo à geração Coca-Cola: música em Brasília 1960-1980”, a escritora Fátima Bueno tem promovido rodas de conversa em escolas públicas do Distrito Federal. Três unidades de ensino recebem os encontros entre os dias 9 e 14 de novembro. Antes, os estudantes, todos do ensino médio, recebem os livros para leitura prévia. A escritora pretende mostrar como foi o processo de pesquisa e construção do livro.
De acordo com Fátima, a intenção é ajudar a ampliar o horizonte dos alunos sobre um período pouco explorado da cultura de Brasília. O livro traz um recorte dos vinte primeiros anos da música produzida e consumida na Capital.
“A pesquisa tem início em relatos que remetem a 1960, quando ficou marcada a música ‘Peixe Vivo’, canção do folclore brasileiro, que era uma das preferidas do ex-presidente Juscelino Kubitschek, e termina em 1980, quando começava a surgir a estética do rock de Brasília, com Renato Russo ainda em início de carreira”, explica a autora.
O livro, lançado em 2017, é resultado de cinco anos de pesquisa e 70 entrevistas com músicos, compositores, intérpretes e agentes culturais. Fátima detalha que “nesses 20 anos temos três pilares da música brasiliense: o Departamento de Música da Universidade de Brasília, a Escola de Música de Brasília e o Clube do Choro”.
A ideia para a obra surgiu da necessidade de registros bibliográficos sobre a cultura musical em Brasília em seus primeiros anos. “Temos um vasto material publicado sobre o rock de Brasília e faltava uma pesquisa registrada sobre que veio antes desse período”, diz a escritora.