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Campus Party: Pesquisadoras em tecnologia explicam como vencem machismo

Lígia Sousa, 24, gerenciadora de projetos tecnológicos afirma que sofre com o machismo velado no campo tecnológico

Redação Jornal de Brasília

26/03/2022 16h47

Foto: Vitor Oliveira

Por Evellyn Paola (Jornal de Brasília \ Agência UniCEUB)

Referência na pesquisa em tecnologia em como lidar com o lixo, a brasileira Angela Oliveira apresentou na Campus Party 2022 uma palestra sobre “Termoquímica Catalítica”. O nome complicado, na verdade, tem relação com um tratamento térmico com materiais inservíveis, e que geram produtos para uso humano, como óleo e carvão. Apesar de ser reconhecida até pela Nasa, um dos desafios na carreira dela foi ter o reconhecimento em espaços ocupados majoritariamente por homens.

Angela teve seu nome registrado na Nasa devido a uma homenagem realizada por um dos engenheiros chefes da companhia, por reconhecimento e suporte prestados pela brasileira ao American Space Program. Ela apresentou a palestra “Lixo: problema ou solução?”.

Angela Sousa na palestra “Lixo: problema ou solução?” (Foto: Vitor Oliveira)
Ao ser questionada sobre o empoderamento dentro de uma comunidade que é composta, majoritariamente, por homens, a pesquisadora afirma que, hoje em dia, se sente privilegiada por ser mulher. “Olha, no princípio, era mais difícil. Depois que eu comecei a mostrar o que a gente estava fazendo, hoje acho que é uma grande vantagem ser mulher no meio disso tudo”, afirma.

Machismo velado

Lígia Sousa, 24, gerenciadora de projetos tecnológicos, também presente na Campus Party, afirma que sofre com o machismo velado. “É normal acontecer de, pessoas no ramo da tecnologia, maioria do sexo masculino, se referenciar às mulheres de forma machista, mas sem perceber.”
Além disso, ela explica que chegou a passar até por isso com pessoas próximas. “Eles se julgam superiores porque tiveram mais contato”. No entanto, sua mãe é programadora e joga RPG (role-playing game) por hobbie, assim como Lígia. “Ela sempre me incentivou a estar nesse mundo da tecnologia, a não depender dos homens, e continuar jogando se for da minha vontade”.

Apesar de gostar muito do meio tecnológico, ela não pretende se profissionalizar. “Jogo apenas por hobbie”, afirma.

Quarta edição da Campus Party acontece de 23 a 27 de março

O evento

A Campus Party está dividida em três áreas: Camping, Arena e Open Campus, sendo a Open uma área gratuita, com atividades como simuladores de realidade virtual aumentada, batalha de drones e mostra de projetos acadêmicos.

A expectativa dos organizadores é chegar a 100 mil visitantes na área Open, 10 mil pessoas na Arena e 2 mil acampadas, nos quatro dias de evento.

A edição da feira de inovação, ciência e empreendedorismo terá palestras sobre internet das coisas, blockchain, cultura maker e empreendedorismo, workshops e hackathons (maratona de programação na qual hackers se reúnem). O evento conta com 2 palcos: Artemis II, GIT e 3 espaços temáticos: Fábrica de Empreendedores, Login e T-800.

A quarta edição da Campus Party Brasília (CPBSB), a versão nacional do maior evento tecnológico, vai até domingo (27), no Mané Garrincha, com o apoio do GDF (Governo do Distrito Federal).

Por conta da pandemia da Covid-19, o evento ocorre em formato híbrido, sendo alguns eventos on-line, outros, presenciais. O uso de máscaras é opcional, mas o visitante precisa, obrigatoriamente, apresentar o passaporte de vacina ou um teste PCR/antígeno feito 48h antes.

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