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Cinema

Relembre a animação censurada sobre Karen Carpenter em que a Barbie foi utilizada

Utilizando bonecas Barbie como protagonistas, Haynes faz uma crítica contundente aos ideais de beleza impostos às mulheres

Redação Jornal de Brasília

18/07/2023 12h17

Foto: Reprodução

A boneca Barbie teve uma participação inusitada na animação censurada “Superstar: The Karen Carpenter Story” de 1987, dirigida por Todd Haynes. O curta-metragem conta a história da cantora e baterista da dupla The Carpenters, Karen Carpenter, famosa por suas músicas como “Please Mr. Postman” e “Superstar”.

O filme, que se tornou um item cult ao longo dos anos, retrata os últimos 17 anos de vida de Karen Carpenter, que lutou contra a anorexia nervosa até sua morte prematura aos 32 anos, em 1983, devido a complicações cardíacas relacionadas ao distúrbio alimentar.

Utilizando bonecas Barbie como protagonistas, Haynes faz uma crítica contundente aos ideais de beleza impostos às mulheres. O curta-metragem incorpora músicas dos Carpenters sem a autorização de Richard Carpenter, irmão de Karen e seu parceiro musical. Richard não aprovou a representação feita no filme, principalmente por estar enfrentando problemas com dependência química na época.

Apesar de ter sido aclamado pela crítica em festivais e receber elogios dos acadêmicos, o filme não foi lançado nos cinemas devido a uma disputa judicial entre Richard Carpenter e a produção. No entanto, cópias piratas circularam e contribuíram para sua crescente popularidade como obra cult. Atualmente, “Superstar” pode ser encontrado no YouTube, embora ocasionalmente seja removido e posteriormente reapareça na plataforma.

Segundo Christine Vachon, produtora do filme, em um evento do Festival de Cinema de Karlovy Vary, a obra continua proibida até hoje. Vachon revelou que representantes da Mattel, fabricante da Barbie, visitaram Todd Haynes após a exibição do filme em festivais. No entanto, o diretor já havia tomado precauções, pois comprou todas as bonecas Barbie usadas no filme, demonstrando à Mattel que elas não eram produtos da marca. Essas bonecas eram versões genéricas que as pessoas compravam quando não podiam pagar por uma Barbie autêntica.

Embora o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) possua uma cópia de “Superstar” em seu acervo, um acordo com o espólio da família Carpenter impede sua exibição pública. A animação permanece como uma peça de destaque na história do cinema independente e queer, relembrando o momento em que a Barbie se tornou parte de uma produção provocativa e controversa sobre a vida e o legado de Karen Carpenter.

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