Projeto Audiovisual Acessível: Capacitação e democratização da inclusão no mercado audiovisual
A acessibilidade em conteúdos audiovisuais é fundamental para garantir o direito à informação e ao entretenimento para todas as pessoas. No entanto, mesmo com avanços na legislação e nas tecnologias assistivas, ainda é comum encontrar produções que não contemplam as necessidades das pessoas com deficiência auditiva, visual ou cognitiva.
Diante dessa realidade, a Cinese Audiovisual e a Candiá Produções, produtoras comprometidas com a diversidade e a inclusão no mercado da comunicação, uniram forças para realizar o projeto Audiovisual Acessível.
Financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), o projeto surge como uma importante iniciativa ao oferecer quatro oficinas gratuitas e online sobre produção audiovisual acessível.
O objetivo é capacitar produtores culturais, cineastas, profissionais das áreas da comunicação e da acessibilidade para produzirem conteúdo digital, aplicando os princípios básicos do “Guia para Produções Audiovisuais Acessíveis” do Ministério da Cultura.
O cineasta e produtor audiovisual Leonardo Monteiro, um dos idealizadores do projeto, acredita que a capacitação não apenas fomenta a economia criativa, mas também promove a diversidade no mercado audiovisual.
Segundo ele, “a falta de acessibilidade não só exclui uma grande parcela da população, como também limita as oportunidades de negócios e de inovação no mercado audiovisual. Ao capacitar produtores, comunicadores e cineastas para produzirem conteúdo acessível, estamos contribuindo para a formação de uma nova geração de profissionais que valorizam a inclusão e a diversidade em seus trabalhos.”
A atividade formativa consiste em oficinas de produção audiovisual acessível, legenda descritiva, audiodescrição e janela de Libras para audiovisual. As oficinas serão ministradas por renomados profissionais do Distrito Federal e acontecerão entre os dias 3 de julho e 9 de agosto. Os encontros serão realizados por meio das plataformas Zoom e YouTube, com acessibilidade em Libras.
A seleção de participantes será feita por meio da análise das respostas do formulário de inscrição, visando contemplar a maior diversidade de profissionais possível. Serão reservadas 50% das vagas para ações afirmativas, levando em consideração critérios como diversidade territorial, paridade de gênero, diversidade de pessoas e perfil de atuação profissional. As inscrições ficam abertas até amanhã, 23 de junho, por meio do site www.cineseaudiovisual.com.br.
Nesse evento, serão compartilhados os materiais com recursos de acessibilidade criados pelos participantes da atividade. Ao todo, serão 21 horas/aula de conteúdo, com certificação para quem cumprir todos os requisitos de participação. A partir do dia 10 de agosto, todo o material gravado ficará disponível ao público.
O projeto Audiovisual Acessível busca não apenas capacitar os participantes diretos das oficinas, mas também promover a conscientização e disseminação das práticas de produção audiovisual acessível para um público mais amplo. Com a disponibilização do material gravado e certificado, o projeto visa alcançar um maior número de profissionais e interessados na área, ampliando o impacto e a aplicação dos conhecimentos adquiridos.
Além das oficinas, também é prevista a realização de parcerias com instituições e festivais de cinema para promover a exibição de obras audiovisuais acessíveis, incentivando a inclusão e o reconhecimento de produções que atendam às demandas da diversidade de público.
O projeto Audiovisual Acessível, realizado pela Cinese Audiovisual e Candiá Produções, representa um importante passo na busca por um setor audiovisual mais inclusivo e diversificado, no qual todas as pessoas tenham acesso a conteúdos de qualidade, independentemente de suas habilidades e características individuais.
O curso é inspirado no “Guia para Produções Audiovisuais Acessíveis”, lançado em 2016. O guia conta com orientações técnicas para a realização de audiodescrição, janela de interpretação de língua de sinais e legendagem para surdos e ensurdecidos, visando garantir a acessibilidade em conteúdos audiovisuais.
Todas as recomendações presentes no guia foram testadas por pessoas com deficiência visual e auditiva, seguindo o lema “nada sobre nós, sem nós” da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
