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Cinema

Conheça o Cinema Ritrovato, uma mostra de raridades de De Sica e Rouben Mamoulian

Neste ano, o festival promete um reencontro com a obra de Rouben Mamoulian

Redação Jornal de Brasília

23/06/2023 10h59

Foto: Reprodução

O renomado festival Il Cinema Ritrovato enfrentou momentos difíceis nos últimos anos, com a perda de seu diretor artístico, Petr van Bargh, em 2014. Além disso, a Itália passou por uma longa crise econômica e viu a ascensão de governos de direita, resultando em cortes nos subsídios oficiais. Para piorar, a pandemia interrompeu o festival em Bolonha por dois anos.

No entanto, essa pausa parece ter sido fundamental para o renascimento do Ritrovato em grande estilo. A 37ª edição deste ano começa em 24 de junho e traz diversas mudanças. O horário das 21h45, antes reservado apenas para as exibições na Piazza Maggiore, agora contempla mais quatro sessões, e uma nova sala foi adicionada aos cinemas dedicados à mostra.

Essas mudanças refletem o crescente interesse pelo festival nos últimos tempos. Diferente de outras mostras, o Il Cinema Ritrovato não apenas atrai cinéfilos, mas também professores de cinema, historiadores e críticos em busca de raridades cinematográficas há muito tempo não exibidas.

Neste ano, o festival promete um reencontro com a obra de Rouben Mamoulian, um cineasta de origem armênia e um dos pioneiros do cinema sonoro. Sua retrospectiva começa com “Aplauso”, seu primeiro longa-metragem de 1929, e termina com “Meias de Seda” de 1957, um musical que marcou o encerramento de sua carreira. Mamoulian é conhecido por sua independência frente aos produtores e por ter trabalhado com estrelas como Greta Garbo, Marlene Dietrich e Tyrone Power.

A seção italiana do festival destaca a figura de Anna Magnani, homenageada com a exibição do raro filme “Teresa Venerdì”, dirigido por Vittorio De Sica em 1941, durante o período fascista. Magnani, que ainda não era a atriz principal na época, tornou-se um símbolo do cinema italiano pós-guerra, especialmente após seu papel em “Roma, Cidade Aberta” de 1945.

Outra figura de destaque é a renomada roteirista italiana Suso Cecchi d’Amico, que colaborou com praticamente todos os grandes diretores do cinema italiano, desde Visconti e Antonioni até Luigi Comencini e Mario Monicelli. Muitos filmes escritos por Suso serão exibidos durante o festival.

A programação também inclui a restauração do filme “Un Rêve Plus Long que la Nuit” de Niki de Saint Phalle, uma artista que se destacou nas artes visuais ao longo do século passado. Além disso, filmes mudos de Teinosuke Kinugasa, um dos principais diretores do cinema clássico japonês, serão apresentados.

Destaque também para a retrospectiva em homenagem ao centenário de Ousmane Sembene, um autodidata nascido no Senegal, que se tornou um dos grandes cineastas modernos a partir de 196

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