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Celebridades

Kanye West fará show em festival para até 100 mil pessoas em SP, dizem produtores

A informação foi divulgada pelo Portal Leo Dias, e confirmada à Folha nesta quinta-feira (26) por Guilherme Cavalcante, da empresa Savais, e Jean Fabrício Ramos, que se apresenta como Fabulouz Fabz e faz agenciamento de artistas estrangeiros no Brasil e já trouxe nomes como Snoop Dogg e Wiz Khalifa ao país

Redação Jornal de Brasília

26/06/2025 19h14

Foto: Reprodução

LUCAS BRÊDA


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Kanye West fará um show em São Paulo no dia 29 de novembro como parte de um novo festival que espera reunir de 80 a 100 mil pessoas. É o que dizem os dois produtores que estão trazendo o rapper americano ao Brasil.

A informação foi divulgada pelo Portal Leo Dias, e confirmada à Folha nesta quinta-feira (26) por Guilherme Cavalcante, da empresa Savais, e Jean Fabrício Ramos, que se apresenta como Fabulouz Fabz e faz agenciamento de artistas estrangeiros no Brasil e já trouxe nomes como Snoop Dogg e Wiz Khalifa ao país.

Segundo eles, Kanye West -que mudou oficialmente seu nome para Ye- será a atração principal do primeiro de dois dias do festival Urban Movement. O evento já tem um local para acontecer, mas os produtores afirmam não poder revelar qual será por questões contratuais.

O novo festival deve contar com artistas estrangeiros e brasileiros de gêneros como rap, trap, eletrônica e R&B. O segundo dia, dizem os produtores, também será encabeçado por “um grande nome do rap”.
Por enquanto, não há nenhuma menção à apresentação nas redes e sites do artista. Os organizadores esperam que Kanye faça uma postagem em suas contas nas redes sociais nos próximos dias. Seria a primeira vez que o artista vem ao país desde 2013, e sua primeira apresentação por aqui desde 2011, quando foi atração do festival SWU.

“A gente está criando um festival porque tem muita carência em São Paulo. E não tem concorrência, são sempre as mesmas empresas fazendo”, diz Cavalcante, que é investidor do projeto. Apesar de ser uma empresa nova, ele afirma, está trabalhando com os mesmos fornecedores de grandes eventos como Lollapalooza e Rock in Rio.

Cavalcante diz que mais de 100 mil pessoas já se cadastraram num link divulgado nesta semana para interessados pelo evento. “Estamos fazendo grupos [no WhatsApp] para fazer um esquenta”, diz. “Após o post dele, vamos dar mais uns dias e começar a vender os ingressos.”
Fabz, que mora em Nova York desde os anos 1980, diz que o contrato foi assinado pelo próprio Kanye, e não por um agente. “O que nos traz segurança é que o cara quer vir”, diz. “É diferente quando você é que vai atrás e quer trazer o cara.”

Ele conta que entrou em contato com Kanye no fim do ano passado, mas o rapper não teve interesse em se apresentar no Brasil. O que virou a chave, diz Fabz, foi a repercussão do show gratuito de Lady Gaga para cerca de 2 milhões de pessoas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

“Ele falou, ‘você se lembra daquela proposta? Agora eu quero ir'”, diz Fabz. “Tive uma conversa com ele, mostrei também o que o Bruno Mars fez no Brasil. Tudo isso cativou ele a querer vir.”

Ele diz que Kanye está preparando um show especial para São Paulo, e que chegou a perguntar se poderia se apresentar por duas ou três horas. “Ele sabe o tamanho do Brasil”, afirma.

Segundo pessoas do mercado da música ouvidas pela reportagem, na condição de anonimato, Fabz tem se notabilizado por trazer estrelas de fora em decadência -caso dos shows de Ja Rule no Brasil no ano passado e neste ano. Em seu perfil no Instagram, exibe fotos com nomes como Soulja Boy, Tyga e Akon, além de Dogg e Khalifa.

Ele também é conhecido por viver no exterior e ter muitos contatos -especialmente com artistas americanos. É visto como alguém desenrolado, querido pelos músicos.

Cavalcante já tentou realizar o festival Savages Music, que chegou a ser anunciado para 1º e 2 de julho de 2023 no Autódromo de Interlagos, na capital paulista. O portal Rap Mais noticiou que o evento teria o rapper DaBaby entre suas atrações principais, mas ele nunca chegou a acontecer.

À Folha, Cavalcante disse que aquele evento teria a participação de outro rapper, Lil Wayne, que cancelou sua apresentação. Com isso, o produtor decidiu não mais realizar o festival. Conta que teve um prejuízo de cerca de R$ 300 mil, mas que todos os ingressos vendidos foram reembolsados -segundo ele, cerca de 20 tíquetes tinham sido comprados.

Em paralelo, a dupla de produtores afirma que não teme que as polêmicas recentes de Kanye possam afastar o público. O rapper tem feito diversas declarações antissemitas, racistas e de exaltação do nazismo, tendo inclusive lançado uma música chamada “Heil Hitler”, que foi banida de plataformas como o YouTube e o Spotify.

“O cara não é nazista”, afirma Fabz. “Ele está num caminho, se você olhar o Twitter, já começou a se retratar. Artista a gente conhece Ele é muito estratégico em várias situações de causar polêmicas, devido aos contratos que ele tem.”

Não cabe aos produtores opinarem sobre isso, diz Fabz. “Quem quiser ir, vai”, afirma. “Musicalmente, o cara é um gênio. Ele tem o histórico dele. Nem Deus agradou todo mundo. Estamos aqui para trazer uma atração foda. Temos uma assessoria de imprensa para lidar com essa situação, ele já está começando a se retratar e, pela conversa que eu tive, vem coisa boa aí. Ele está virando uma outra pessoa. A realidade é que ele não é nazista -ele está causando.”

Os produtores dizem ainda que não são coniventes com nazismo, e não vão permitir manifestações desse gênero durante o festival. “Vamos tomar as medidas. Isso é inaceitável. A gente não apoia isso. Vamos deixar bem claro que não é o nosso caso. Somos contra tudo isso”, diz Fabz.

Sobre a possibilidade de Kanye West cancelar sua vinda, os produtores citam os casos de Drake no Lollapalooza e Jay-Z no Rock in Rio para dizer que não há o que fazer. “Em todos esses contratos, [se não vêm,] eles devolvem o dinheiro”, diz Cavalcante. “Se o cara assina o contrato, ele tem que cumprir.”

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