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Julgamento de Pelicot se torna peça teatral em Viena como ‘homenagem a um ícone’ feminista

Gisèle Pelicot, de 72 anos, foi mundialmente aclamada no ano passado por sua coragem durante o processo contra seu ex-marido, Dominique Pelicot, da mesma idade, que a drogou durante uma década para estuprá-la junto a desconhecidos

Redação Jornal de Brasília

18/06/2025 19h41

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Visitantes assistem enquanto as atrizes Safira Robens (à esquerda) e Mavie Hoerbiger (centro) leem durante a apresentação de “Madame Pelicot” na igreja argentina em Viena, Áustria, em 18 de junho de 2025. “Madame Pelicot chega e todos se afastam”: cerca de trinta atores recontam no palco, na noite de 18 de junho de 2025, em Viena, “fragmentos” do julgamento de impacto global que transformou Gisèle Pélicot em um ícone feminista. O diretor Milo Rau acompanhou de perto os debates de grande repercussão que abalaram o tribunal de Avignon entre setembro e dezembro de 2024, em torno dessa mulher que foi drogada e estuprada durante anos pelo marido e por desconhecidos recrutados online. Foto: Joe Klamar / AFP

Cerca de 30 atores lerão nesta quarta-feira (18) em Viena, a capital austríaca, trechos do julgamento pelo estupro, na França, de Gisèle Pelicot, em uma obra que terá duração de até sete horas e será apresentada no festival de teatro de Avignon.

O suíço Milo Rau, que dirige a obra, explicou que é “como uma extensão do ato de Gisèle Pelicot” que, “em um momento decisivo”, recusou que o julgamento fosse realizado a portas fechadas, renunciando assim ao seu direito ao anonimato para que a vergonha mudasse de lado.

Gisèle Pelicot, de 72 anos, foi mundialmente aclamada no ano passado por sua coragem durante o processo contra seu ex-marido, Dominique Pelicot, da mesma idade, que a drogou durante uma década para estuprá-la junto a desconhecidos.

Seu ex-marido e outros 50 homens foram condenados em dezembro a até 20 anos de prisão. O julgamento transformou Gisèle em um símbolo feminista e algumas de suas declarações deram a volta ao mundo.

A apresentação, uma “homenagem a um ícone” segundo Rau, começará em Viena às 21h (16h em Brasília) e durará de seis a sete horas em uma igreja da cidade, onde o público poderá entrar e sair livremente.

Rau, de 48 anos, acompanhou de perto os debates que surgiram em torno do julgamento realizado em Avignon, no sudeste da França, entre setembro e dezembro de 2024. Depois, mergulhou nos documentos do caso para “tornar público o julgamento”, como buscou fazer a própria Gisèle.

Para isso, fez um trabalho minucioso de “reconstrução” com a ajuda dos advogados da família para reunir diferentes “fragmentos” da história por meio de artigos da imprensa, cadernos de jornalistas, entrevistas de especialistas, livros, alegações e depoimentos de feministas.

A obra será levada depois ao festival de Avignon, em uma versão abreviada, no dia 18 de julho, que contará com a participação de figuras do julgamento, como um psiquiatra e um ilustrador da sala.

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© Agence France-Presse

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