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Economia

Guedes diz que governo pode ‘imprimir’ dinheiro, mas apenas em ‘armadilha de liquidez’

Questionado por parlamentares sobre a possibilidade de emissão de moeda para combater a crise da covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu que “sim”

Redação Jornal de Brasília

30/04/2020 14h04

Questionado por parlamentares sobre a possibilidade de emissão de moeda para combater a crise da covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu que “sim”.

“Bom, economista não tem que ter dogma, é muito fácil fazer inversão de marcha. Se cairmos em uma armadilha de liquidez, em um cenário de inflação zero, o Banco Central pode sim emitir muita moeda e comprar dívida interna. Pode monetizar a dívida, sem gerar impacto inflacionário”, afirmou, em audiência pública da Comissão Mista do Congresso que acompanha as medidas relacionadas ao novo coronavírus.

Em entrevista a uma rádio ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a impressão de moeda para que as pessoas possam ficar em casa durante a pandemia. Para o petista, a medida não traria risco à inflação pela falta de demanda na economia.

A ideia de “imprimir dinheiro” na situação de crise atual foi defendida primeiro pelo ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles em entrevista ao canal de notícias BBC News Brasil.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se manifestou contrário à emissão de moeda para financiar os gastos do governo no combate à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

“Não sou favorável. O argumento de que eu vou imprimir dinheiro porque a inflação está relativamente baixa é um argumento perigoso, porque se nós temos um sistema de metas de inflação e ele tem assimetrias, se você imaginar que quando está em baixa você vai imprimir dinheiro para chegar na meta, você vai fazer com que em termos de valores esperados seu equilíbrio de juro neutro seja um pouco mais alto”, justificou Campos Neto. Juro neutro é o suficiente para manter a economia em crescimento sem pressões inflacionárias.

“Eu acho que a saída não é por aí. É uma ideia, sempre a gente discute todas as ideias, mas hoje, e obviamente tudo pode ser modificado dependendo do que aconteça, mas hoje nós não entendemos que é a melhor saída não”, afirmou.

Estadão Conteúdo

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