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Brasília

Saldo é negativo para o comércio do DF no primeiro semestre de 2018

Arquivo Geral

22/08/2018 7h00

Atualizada 21/08/2018 21h20

Foto: Rayra Paiva Franco/Jornal de Brasília

Rafaella Panceri
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No varejo do Distrito Federal, mais lojas fecharam do que abriram no primeiro semestre de 2018. O saldo negativo é de 42 estabelecimentos, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio- DF). As avenidas W3 Sul e Norte e a Comercial Norte, em Taguatinga, foram as mais afetadas no período. O vice-presidente da entidade, Edson de Castro, diz que a W3 está perdendo os clientes para os shopping centers e experimentam uma decadência inevitável. Em Taguatinga, aluguéis com valor “fora da realidade” e a falta de segurança levam os empresários a fecharem as portas.

O levantamento coloca o DF em 11º lugar no ranking nacional do prejuízo. O Rio de Janeiro ficou em primeiro, com mil lojas perdidas. No DF, o ano com maior saldo positivo desde 2005 — ano de início da pesquisa — foi 2010, quando 1,9 mil lojas foram abertas. Para a Fecomércio-DF, os números de 2018 são preocupantes, mas sinalizam uma retomada no crescimento, em comparação com o ano passado.

Já foi pior

“No primeiro semestre de 2017, o DF ficou teve 404 lojas fechadas. Já primeiro deste ano, o saldo foi de 42 lojas. Em todo o ano passado, perdemos 644 pontos de venda, entre abertura e fechamento. A expectativa é que a gente encerre o ano com um número melhor”, prevê. O varejo está otimista. “O primeiro semestre é crítico porque concentra endividamento do fim do ano anterior. Vivemos em um contexto de desemprego, desvalorização do real e incerteza no cenário político”, indica.

“Apesar desses fatores, o empresário acredita na geração de empregos em datas comemorativas como Dia das Crianças e Natal, além da Black Friday”, afirma Edson de Castro. “Os preços de mercadoria não estão subindo muito e as lojas vendem produtos em até dez vezes”, ilustra.

Dono de um imóvel da Comercial Norte que ficou fechado por três meses, o cirurgião dentista Paulo Ailton, 67, comemora o fato de ter encontrado um novo inquilino. “O anterior perdeu o ponto por má administração. Não conseguia pagar aluguel nem contas de água e luz”, relata. As despesas mensais chegam a R$ 5 mil.

Localizado na QND 13, o ponto abrigava uma lanchonete de açaí há 25 anos e dará lugar a um restaurante. Na mesma rua, outras três lojas estão disponíveis para venda e aluguel — uma delas há seis meses. “O auge dessa avenida foi há dez anos. Ainda assim, é um ponto disputado porque tem muito movimento”, acredita Ailton.

Investimento frustrado

O período após a Copa do Mundo foi o mais crítico do primeiro semestre, conforme o vice-presidente da Fecomércio-DF. “Até lá, a esperança era grande e houve investimentos altos no varejo”, lembra. “Assim que acabou, a situação ficou difícil. O movimento foi caindo e as lojas, fechando”, analisa. As vias W3 e a Avenida Comercial Norte sentiram o impacto. “As grandes lojas migraram para outros locais, inclusive para os shoppings. As cidades estão mais fortes em comércio e ninguém precisa ir até a W3 ou à Comercial para comprar”, diz.

Em Taguatinga, a decadência é multifatorial. “Lá também existe a prática de aluguéis muito altos, problemas de roubos e assaltos”, aponta, mas reconhece que a área atualmente é propícia para bares, restaurantes e casas de festa.

“O DF tem lugares promissores, onde passa muita gente”, opina, e destaca a área lateral do Conjunto Nacional. “Toda cidade satélite também tem seu pedaço de sucesso, basta ter estacionamento e estrutura”, sugere.

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