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Brasília

Religioso é morto ao ser confundido com policial

Arquivo Geral

25/01/2016 18h00

 
Momentos antes do crime, o plano era pregar a palavra de Deus. No entanto, os disparos foram mais rápidos do que a oração. José Juraci, de 42 anos, não teve tempo de cumprir seu plano. Ele sequer pôde justificar sua presença no local. Confundido com um policial, o seguidor da religião Testemunhas de Jeová foi morto à queima- roupa no último sábado. Levou um tiro na cabeça ao estacionar o carro na Quadra 307 do Recanto das Emas. O suspeito, Gutemberg de Souza, de 22 anos, foi preso horas depois, por volta da meia-noite, escondido na casa de amigos. 
 
“Ele não fez nenhum movimento. Tenho certeza de que nem pensou em reagir. Sempre falava que, se um dia acontecesse de eu ser assaltada, era para entregar tudo, porque a nossa vida é mais importante do que qualquer coisa. Foi uma brutalidade”, desabafa Geni, de 29 anos, mulher da vítima. O casal tem uma filha de 12 anos. A menina foi a primeira a saber da morte do pai. 
 
“Estávamos indo pregar a palavra. Era um grupo. Mas  nos dividimos em duplas. Eu fui com a minha filha na frente. E ele, no carro. Eu estava falando com um morador quando vi os bombeiros passando. Depois,   o Samu. Mas  fiquei despreocupada. Aí,   o irmão veio. Ele chamou a minha filha e começou a falar algo. Foi quando me preocupei”, conta Geni. “Imaginei que fosse um acidente envolvendo meu marido. Não imaginava que ele estava morto”, lembra. 
 
Depois de receber a notícia, Geni foi levada para perto do corpo de José Juraci. “Não me deixaram chegar perto. Fiquei olhando. Eu não estava acreditando naquilo”, afirma. Porém, quanto mais o tempo passava, mais o crime se tornava real. “Eu só o vi quando estavam fazendo os primeiros atendimentos. Ele estava no carro. Foi uma coisa súbita. Foi confundido com um policial. Ninguém poderia imaginar. E ele estava tão feliz”, diz. 
 
Apesar de crer que a justiça divina será feita, neste caso, ela espera também pela ação do homem. “Pela parte de Jeová, vai ter justiça, eu sei. Mas  espero também pela justiça na Terra. Esse rapaz, que já tinha cometido outros crimes, foi solto. Se naquela época  ele estivesse ficado preso, meu marido estaria aqui, vivo. Por isso, clamo para que ele não volte mais às ruas. Se não, vai matar mais. Está na índole dele. E outras pessoas de bem, trabalhadoras, irão morrer”, desabafa. 
 
Gutemberg de Souza foi preso após uma denúncia pelo número 197. Assim que receberam a ligação,   policiais da 27ª DP (Recanto das Emas) iniciaram uma verdadeira caçada atrás do suspeito. Ele já era conhecido por crimes antigos. Cumpria pena em regime domiciliar por roubo.
 
Presença incômoda
 
 “O que mais incomoda um criminoso hoje é a presença policial. Então, ele, acreditando que a vítima e o parceiro eram policiais disfarçados, acabou executando José Juraci”, salientou o delegado-chefe da 27ª DP, Pablo Aguiar. 
“Hoje, temos essa audiência de custódia, que solta mais da metade dos criminosos presos. Ele estava preso em regime domiciliar e, mesmo assim, cometeu esse crime bárbaro. Esperamos que ele fique um bom tempo preso”, disse ainda o responsável pelas investigações, explicando que a pena para o crime de homicídio qualificado vai de 20 a 30 anos de prisão.
 
A testemunha do crime, que pregaria junto com José Juraci naquele sábado, falou dos planos do amigo minutos antes de ser morto. “Ele estava falando que estava muito feliz porque ia comprar uma casa para morar aqui com a família dele. Ele tinha tomado essa decisão. Quando levou o  tiro, nem tínhamos descido do carro ainda”, lembrou. “Ele perguntou duas vezes se erámos policiais. A gente disse que não.  Quando vi o estado do meu irmão, não acreditei”.
 
Menores matam homem

Em Planaltina, um homem foi morto com um corte profundo no pescoço e teve a mão esquerda decepada. De acordo com a Polícia Civil, dois adolescentes confessaram a autoria do crime. 
 A polícia recebeu o chamado da ocorrência por volta das 5h30 de ontem e localizou o corpo no Conjunto H do condomínio Vila Dimas. A vítima foi identificada como  Adão Pereira de Castro, 40 anos.  
Em diligências com a finalidade de elucidar o crime, os dois menores, de 13 e 16 anos,  foram apontados como  autores do homicídio. Eles foram   apreendidos e conduzidos à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA).
Ao confessarem o assassinato, esclareceram que encontraram a vítima na rua e, após uma discussão, a agrediram,  e ela  tentou fugir.  Os jovens foram ao seu encalço e, cerca de 100 metros adiante, a derrubaram, tomaram a faca que ela carregava  na cintura e a mataram. A dupla será encaminhada à Vara da Infância e   Juventude.
 
 

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