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Brasília

“Queremos reabrir as lojas com segurança”

Francisco Maia diz ao JBr que plano entregue ao GDF trata retorno com responsabilidade. Ibaneis confia que Justiça se convencerá disso na reunião hoje

Catarina Lima

07/05/2020 6h39

Comércio quer reabrir, mas com segurança

Uma comissão da 3ª Vara da Justiça federal se reunirá hoje à tarde com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, para conhecer de perto as medidas que estão sendo tomadas para conter o avanço do coronavírus. Somente a partir daí a juíza Kátia Balbino deverá decidir se o comércio do Distrito Federal poderá voltar a funcionar na próxima segunda-feira, com pretende o Executivo local.

Uma decisão da magistrada, tomada na madrugada de terça para quarta-feira, suspendeu o cronograma de reabertura do governador até que o trabalho de prevenção à covid-19 seja totalmente conhecido e aprovado pela Justiça.

“A juíza ratificou todos os atos que fizemos até agora, negando o pedido dos ministérios públicos para fechamento daquilo que já havíamos aberto e, ao final, marcou uma vistoria e uma averiguação do nosso decreto de reabertura, condições de precaução e plano de abertura gradual. Estou muito feliz”, disse o governador do DF ao avaliar a decisão da juíza.

Já os representantes do comércio estão confiantes, porém apreensivos com relação a decisão da juíza Kátia Balbino. O presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), Francisco Maia, disse que depois de 49 dias com as atividades paralisadas, o cenário é muito ruim. Ele acredita que na próxima segunda-feira cerca de 20 mil, do total de 160 mil comerciários poderão de dispensados, mesmo com a reabertura do comércio.

Em entrevista ao Jornal de Brasília, Maia falou sobre a necessidade e reabrir, dos cuidados tomados pelo setor e apoio dado filiados. Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor de vendas, o Serviço Social do Comércio, por meio de seus filiados, está contribuindo com o governo local no combate ao coronavírus. A entidade entregará ao GDF um hospital de campanha com leitos para pacientes de coronavírus. Francisco Maia fala desse e de outros temas.

O Sesc montará no DF um hospital de campanha para atender vítimas do novo coronavírus?

Sim. Dentro de dois ou três dias estará pronto e será entregue ao governador Ibaneis Rocha o projeto do hospital. A ideia é que ter mais um hospital para atender a população, caso toda a rede pública e a privada contratada estejam com os leitos ocupados. Será um hospital como que está sendo construído no Estádio Mané Guarrincha.

Como vocês do comércio receberam a notícia do despacho da juíza Kátia Balbino, suspendendo a reabertura do comércio na próxima semana?

Nós ficamos surpresos, embora já soubéssemos do pedido de informações feito pela Justiça ao GDF. O protocolo de segurança que fizemos e apresentamos ao governo, inclusive à secretária de Saúde, trata da reabertura com muita segurança. Não iríamos arriscar, não queremos que abra para ter que mais na frente fechar as portas novamente. Queremos abrir as portas de forma segura. No nosso plano prevemos o uso de máscaras, álcool em gel, medição de temperatura de trabalhadores e clientes e afixação de cartazes explicativos nas portas da lojas. Nos shoppings não será difícil cumprir todo o regulamento. Acho que a preocupação da juíza é com o cumprimento das medidas no comércio de rua.

Qual a situação do comércio hoje?

A situação é muito difícil. Mesmo abrindo as portas no dia 11 acontecerão muitas demissões. Temos 160 mil comerciários, a previsão é de 20 mil destes sejam dispensados. As vendas não voltarão no ritmo de antes da pandemia. Será uma retomada difícil, mas temos que começar não é mesmo?

Qual o suporte dado pelas entidades de classe para ajudar aos que estão em risco de fechar as portas?

Os filiados às entidades puderam fazer empréstimos emergenciais no BRB com boas condições. Também fizemos gestão para a prorrogação do Simples e agora estamos apoiando a aprovação do projeto de Refinanciamento de devidas tributárias (Refis) que deverá acontecer na próxima semana. O empresário que estiver devendo, assim que formalizar o parcelamento de seu débito, poderá voltar a vender para o governo, o que possibilitará o aumento da possibilidade de negócios.

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