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Brasília

Protesto na Esplanada contra PEC termina em confronto com a PM e vandalismo

Arquivo Geral

29/11/2016 21h01

Foto: Hugo Barreto

As manifestações cotra a PEC do Teto dos Gastos Públicos, terminou com tumulto, confronto com a PM e vandalismo na Esplanada dos Ministérios. Grupos atearam fogo em banheiros químicos e se reagruparam nos arredores da Biblioteca Nacional e do Museu da República, próximo da rodoviária, onde fizeram barricada. Segundo a PM, algumas luminárias de chão da Catedral de Brasília também foram quebradas.

Foto: Hugo Barreto

Foto: Hugo Barreto

Muitos buscaram se proteger nos ônibus que trouxeram as comitivas que participam dos protestos, enquanto outros se dispersaram em direção à Estação Rodoviária. A Polícia Militar reforçou o contingente com integrantes do Batalhão de Choque e um helicóptero da corporação sobrevoou o local.

Mais cedo, de acordo com a PM, um grupo foi flagrado pichando o prédio do Ministério da Educação. Três manifestantes foram presos e conduzidos para a 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) por pichar o Museu da República. Entre os detidos, um homem possui mandado de prisão em aberto.

Foto: Hugo Barreto

Foto: Hugo Barreto

O conflito se intensificou quando um grupo de manifestantes virou um carro de reportagem estacionado próximo à rampa do Congresso. A polícia reagiu disparando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Houve confronto e os policiais dispersaram parte dos manifestantes, que se saíram correndo no gramado em frente ao Congresso. Um forte aparato policial conseguiu afastar a maioria dos manifestantes. Ainda segundo a PM, outros dois carros também foram virados. O grupo ainda ateou fogo em dois carros estacionados na região.

Um cabo da PM precisou ser encaminhado ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) após ser esfaqueado durante um arrastão próximo ao antigo Touring. Segundo a corporação, criminosos teriam se aproximado do policial, que estava à paisana, para tentar roubar seu celular. Ele teve um ferimento superficial e seu estado de saúde é estável.

Foto: Divulgação/PMDF

Foto: Divulgação/PMDF

Outro policial militar foi atendido no mesmo hospital após ter sido atingido na cabeça por uma pedra, durante a manifestação na Esplanada.

Em nota, o governo de Brasília disse repudiar os atos de vandalismo e “de barbárie cometidos no decorrer do dia de hoje em frente ao Congresso Nacional e na Esplanada dos Ministérios”. Segundo a nota, quatro pessoas foram conduzidas à delegacia, cinco ocorrências de dano foram registradas na Polícia Federal. O Corpo de Bombeiros registrou 40 atendimentos, todos casos sem gravidade. A Polícia Militar, de acordo com o GDF, agiu dentro dos padrões técnicos para o enfrentamento desse tipo de situação.

MEC

Durante a manifestação, o Ministério da Educação (MEC) foi invadido e depredado por um grupo de 50 a 100 pessoas, algumas encapuzadas, segundo relatos da assessoria de imprensa do órgão.

Os manifestantes tocaram fogo em pneus, no lixo, quebraram as entradas do ministério e caixas eletrônicos. De acordo com a assessoria, o grupo usou barras de ferro e pedras e alguns tinham coquetel molotov. Eles subiram até o segundo andar do prédio. A Polícia Militar evacuou o edifício e alguns manifestantes foram presos.

A PM ainda não se manifestou sobre o ocorrido. Em nota, o ministro da Educação, Mendonça Filho, condenou “de forma veemente os fatos ocorridos hoje na Esplanada dos Ministérios, particularmente no MEC”.

“Os servidores do ministério viveram um clima de terror. Isso é inaceitável. Como democrata que sou, entendo o direito de protesto, mas de forma civilizada, respeitando o direito de ir e ir. O que vimos hoje foram atos de violência e vandalismo contra os servidores públicos e contra o patrimônio”, disse.

UNE

Em nota, a União Nacional dos Estudantes (UNE), uma das entidades que convocaram o ato, afirma que a manifestação organizada pelos movimentos estudantis e sociais hoje “foi um ato pacífico, democrático e livre contra a PEC 55”.

A entidade diz que não incentivou qualquer tipo de depredação do patrimônio público. “O que nos assusta e nos deixa perplexos é a Polícia Militar do governador Rollemberg jogar bombas de efeito moral, gás de pimenta, cavalaria e balas de borracha contra estudantes, alguns menores de idade, que protestam pacificamente. Esse é o reflexo de um governo autoritário, ilegítimo e que não tem um mínimo de senso de diálogo”, diz a nota.

Primeiro, a UNE disse que 15 mil pessoas participavam do ato. Agora, são 50 mil manifestantes, segundo a entidade. A Polícia Militar do Distrito Federal diz que cerca de 10 mil pessoas participam do ato.

Wilson Dias/ Agência Brasil

Wilson Dias/ Agência Brasil

O grupo caminhou até a frente do Congresso para protestar contra a PEC. Ao chegar ao gramado, houve tumulto e confronto entre os manifestantes e a polícia. O conflito se intensificou quando um grupo de manifestantes virou um carro de reportagem estacionado próximo à rampa do Congresso.

A polícia reagiu disparando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. O arquivamento da PEC 55, PEC do Teto, é uma das principais pautas do movimento de estudantes que organizaram caravanas para vir à capital, com mais de 300 ônibus. Hoje o Senado vota, em primeiro turno, a proposta que limita os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos. O ato em Brasília é organizado por entidades estudantis e educacionais, entre elas a UNE, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

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