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Brasília

Princípio de incêndio no HRT revela abandono do hospital

Arquivo Geral

25/01/2019 7h00

Foto: Divulgação

Brenda Abreu
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O princípio de incêndio originado na fiação elétrica do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), ocorrido na manhã de ontem, evidencia situação de negligência e a necessidade de melhorias. Funcionários afirmam que o problema estrutural é antigo e a rede precisa de manutenção urgente. Por conta do incidente, atendimento foi parcialmente suspenso.

Muitos dos usuários que estavam no pronto-socorro, espaço que foi tomado pela fumaça, foram deslocados para outros hospitais. “O local não está em condições de atender as pessoas”, atesta um dos enfermeiros, que não quis se identificar. Ele diz que não há água nem energia desde o incêndio, prejudicando o funcionamento dos banheiros, aparelhos e computadores. As refeições dos pacientes também foram prejudicadas, por conta da falta de água para o preparo.

O problema da fiação, apesar de conhecido, não está sendo solucionado. Esse seria o terceiro princípio de incêndio em três anos, segundo o enfermeiro, que não se surpreendeu com o incidente. “Há 35 anos que a rede elétrica não é reformada. Trabalho aqui há três anos, e nesse período presenciei os três incidentes”, revela. O HRT tem 45 anos de funcionamento.

A Defesa Civil pediu o desligamento da energia até que a situação seja resolvida. Até a noite de ontem, o hospital estava sem luz na maioria das salas de atendimento, os exames estão todos suspensos e aparelhos essenciais não funcionam por conta da falta de energia. “Só as lâmpadas dos corredores estão funcionando. Os respiradores estão ligados por bateria, que dura quatro horas, mas já está acabando. Pessoal da UTI está desesperado”, admite o funcionário do HRT.

Abandono

O Sindicato dos Servidores da Saúde do Distrito Federal declarou, em nota, que o hospital está abandonado e que precisa de manutenção e modernização. “Esperamos agora reparos na estrutura e vamos cobrar melhorias físicas e dignidade para os servidores para um atendimento de qualidade aos usuários. O que ocorreu é um grande perigo para servidores e população, além da suspensão de atendimento, que paralisa o serviço ao usuário da emergência”, comenta.

A Secretaria de Saúde, por sua vez, esclareceu em nota que o HRT acionou o protocolo do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) denominado Plano de Catástrofe. Com essa medida, os pacientes que estavam sendo atendidos no local foram encaminhados para outros hospitais.

Sobre os reparos das redes elétrica e hidráulica, o órgão disse que deveria ter início “ainda hoje (ontem)”. “O pronto-socorro e a galeria estão interditados até que a Polícia Civil termine a perícia, e assim que o procedimento for finalizado, a equipe de manutenção da unidade iniciará os trabalhos”, diz a secretaria. O órgão disse que o acontecimento da manhã de ontem reforça a necessidade de  “uma intervenção imediata no HRT”.

 

Saiba Mais

O HRT também foi notícia na semana passada, quando o Jornal de Brasília revelou a fuga de uma mulher que havia acabado de dar à luz.

A mãe, que é moradora de rua, teria entregado o recém-nascido à irmã de um enfermeiro da unidade, sob justificativa de não ter condições de criar a criança.

O Conselho Tutelar foi acionado e a Polícia Civil investiga o caso.

 

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