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Brasília

Polícia procura terceira jovem envolvida no golpe do ‘boa noite, Cinderela’

Arquivo Geral

13/09/2018 20h58

Danielle Cristina Freitas Batista, 21, (esq.) estava foragida. Mayra (à direita) foi presa pela segunda vez

João Paulo Mariano
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Jovens, bonitas e com uma inteligência voltada para o crime. Três mulheres são acusadas de dar o golpe conhecido como “Boa noite, Cinderela” em homens do DF e do Entorno. O trio tinha ajuda de um quarto envolvido, que ainda não foi identificado. Maira Cristina Ferreira de Oliveira, 27, Iraneide Alves do Rosário, 29, foram presas, e Danielle Cristina Freitas Batista, 21, é considerada foragida. Até o momento, são cinco casos catalogados, mas a Polícia Civil acredita que haja mais. Em um deles, um homem de 63 anos faleceu após ingerir a substância.

O delegado-chefe da 4ª DP (Guará), Johnson Kennedy, explica que elas escolhiam as vítimas em bares, sempre observando se eles tinham dinheiro ou objetos de valor. Então, se insinuavam e esperavam o momento de continuar com o golpe. O remédio que fazia os homens dormirem era dado quando elas estavam na casa do pretendente ou em algum motel.

Não havia nem tempo para a relação sexual, já que os homens desmaiavam entre 5 e 30 minutos após ingerir a substância. A partir do instante em que eles estavam desacordados, as mulheres levavam tudo que pudessem. Roupas, relógios, TVs, carros e até comida.

Como muitos dos homens que se deixaram levar por elas eram comprometidos, o delegado acredita que possa haver mais casos, mas as vítimas têm  vergonha de fazer o registro policial, ou receio de que isso comprometa o relacionamento atual.

Iraneide Alves do Rosário, 29, e Maira Cristina Ferreira de Oliveira, 27, escolhiam as vítimas, os dopavam e roubavam o que podiam

Registros
O primeiro caso registrado em uma delegacia foi investigado pela 4ª DP, relatado em 28 de agosto deste ano. Um homem teria sido abordado em um bar do Guará com a promessa de uma encontro sexual com uma das meninas, que sempre estavam muito bem arrumadas. Porém, era uma armadilha. Quando alguma delas chegava à casa da vítima ou ao motel, não havia contato sexual. O homem era dopado e dormia depois de cinco a 30 minutos, a depender do organismo.

Segundo o delegado Johnson, elas confessaram todos os casos registrados. “Elas não disseram quantos golpes foram dados, mas garantiram que faziam isso quase todos os dias. Elas nem tinham emprego. Se mantinham com os roubos”, relata o delegado, ao lembrar que pertences de uma das vítimas foram encontrados na casa das jovens detidas.

Além da situação registrada no dia 5 de agosto, houve outras em delegacias de Águas Claras, Riacho Fundo, Taguatinga e do Gama. Na última cidade, a vítima foi um senhor de 63 anos que não resistiu à substância ingerida e faleceu. Ele era servidor aposentado do Senado Federal e o registro foi feito no dia 28 do mês passado. Após o crime, Maira tentou se esquivar do caso. Ela pintou os cabelos de preto e se mudou de casa.

Já na Região Metropolitana do DF, em Águas Lindas de Goiás, em 17 de agosto, elas aplicaram o golpe, mas foram presas. Como elas levaram o carro da vítima, houve o rastreio. Na audiência de custódia, foram soltas. Porém, não pararam por aí. Três dias depois, fizeram outra vítima em Taguatinga.

Elas devem responder por associação criminosa (pena de um a três anos de prisão) e por roubo (cinco anos).

 

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