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Brasília

Falhas na segurança da UnB facilitam crimes dentro da instituição

Arquivo Geral

20/04/2017 8h06

Breno Esaki/Jornal de Brasília

Keven Garcia
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A Universidade de Brasília (UnB) tem sido cenário para a prática de vários crimes. Na última quarta-feira (19), por volta das 15h, as equipes da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) localizaram 17 vasos de maconha em uma área de cerrado próxima ao centro olímpico e ao Lago Paranoá. A apreensão foi possível a partir de investigações prévias e informações de que havia uma plantação da erva na área pertencente à instituição.

Guilherme de Mendonça Luz, de 21 anos, estudante de engenharia mecânica, Décio Bottechia Netto, de 22 anos, estudante de engenharia de redes, e Gabriel Campos dos Reis, o “feijão”, de 29 anos, graduado em administração, foram pegos em uma campana montada pela equipe policial, na tarde de quarta. Com os jovens, foram encontrados veneno para formigas, adubos e garrafas pet com água para irrigar as plantas, além de drogas já embaladas em suas mochilas.

Breno Esaki/Jornal de Brasília

Breno Esaki/Jornal de Brasília

As investigações sobre o caso vêm sendo realizadas desde o ano passado, quando 600 acadêmicos foram flagrados fazendo uso abusivo de drogas e álcool no interior da universidade. À época, calouras do Centro de Antropologia foram colocadas nuas e abusadas sexualmente dentro da instituição. Já havia uma investigação em andamento na Cord, por solicitação do Ministério Público, em relação ao caso. “A reitoria e segurança da UnB estão cientes da nossa atuação e tem uma postura colaborativa com as forças de segurança e repressão de quaisquer ilícitos que ocorram dentro da universidade”, declarou o delegado Rodrigo Bonach, responsável pelo caso.

Os três indivíduos, responsáveis pelo cultivo das mudas se revezavam em sua manutenção e alegaram que apesar de adquirir as sementes com traficantes, o cultivo era apenas para consumo próprio. Nos celulares dos detidos havia imagens do desenvolvimento das plantas.

Agora, Décio e Gabriel responderão criminalmente pela prática dos crimes de tráfico privilegiado (oferecer a droga, eventualmente e sem o objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos consumirem) e plantio para consumo próprio (quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação da substância), podendo receber uma pena de sete a um ano e oito meses de detenção e multa, já considerando a causa de aumento de pena pelo delito ter sido praticado nas dependências de um estabelecimento de ensino. Já Guilherme, foi responsabilizado pela prática do crime de plantio para o consumo próprio.

O trio foi encaminhado para exames periciais e liberado em seguida. Eles devem responder em liberdade pelo crime de tráfico. Caso seja detectado que eles vendiam a droga para outros alunos e outras pessoas, eles podem ser indiciados pelo tráfico de drogas.

“A Unb é uma universidade aberta, ela não tem cercas, então, qualquer pessoa pode circular por ela, mesmo não sendo estudante da unidade, facilitando crimes no local”, alertou Bonach, que ainda destacou que as investigações vão continuar.

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