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Brasília

Na Renner do Pátio Brasil, casal de gays é agredido no dia dos namorados; Veja o vídeo

O segurança da loja viu todo o caso e apenas se manifestou para proteger o homem que fazia agressões

Redação Jornal de Brasília

15/06/2020 17h55

O dia do namorados de Vinicius Gama Furtado e seu esposo poderia ter sido mais romântico, mas uma agressão, em um ato homofóbico, acabou com a data para o casal. O caso ocorreu na última sexta-feira (12) dentro da Renner do shopping Pátio Brasil, no Plano Piloto. 

De acordo com um relato de Vinicius Gama, ele e seu marido estavam dentro da loja olhando roupas quando um homem começou a observá-los e fazer piadas sobre as roupas “Isso é roupa de viado”. 

Vinicius então resolveu falar com o rapaz, que estava acompanhado de uma mulher. Ele disse “Eu sou viado e não uso esse tipo de roupa”, explicou. De acordo com ele esse comentário foi o suficiente para que o homem começasse uma série de agressões. 

“Ele começou a vir com impropérios para cima de mim. Ele pegou roupas na arara e arremessou com cabides em mim”, disse. 

Não satisfeito o homem resolveu ir pra cima de Vinicius “Ele veio me empurrar e querer me peitar.” 

Conforme o relato de Vincius o segurança da loja viu tudo e não se manifestou em um primeiro momento. Entretanto, quando outras pessoas chegaram para cobrar o homem por suas atitudes ele resolveu proteger o homem, o que não fizera com Vinicius.

Em seu relato Vinicius revelou que se exaltou, mas lembra não agrediu o homem. “Eu me exaltei, mas em nenhum momento parti pra cima dele”, assumiu. “Eu não revidei para me manter na razão”, concluiu. 

Ainda de acordo com Vinicius, alguém, provavelmente sua mulher, acabou por machucar o braço do homem, que acusou Vinicius e deu um tapa em seu rosto, como mostra o vídeo a seguir. 

https://www.instagram.com/p/CBdYjmklOID/?igshid=4qs852gulwe7

Segundo Vinicius, quando o homem deu um tapa nele, seu marido resolveu empurrá-lo. Foi neste momento que o segurança resolveu intervir, não contendo o agressor, mas sim o companheiro do agredido. 

“Eu posso apanhar dentro da loja e meu marido não pode segurar o agressor, eu tenho que apanhar”, concluiu. Um policial que estava no trabalho fora do horário de trabalho disse para o Vinicius que ele é quem estava errado. 

Por conta do caso Vinicius procurou uma delegacia, onde fez uma ocorrência e um exame de delito. 

Antes disso, porém, seu marido ligou para a polícia. O agressor percebeu e foi embora sem que nenhum segurança da loja ou do Pátio Brasil segurasse o homem e impedisse sua fuga. 

Veja o relato do caso: 

Desdobramentos 

Após a ocasião e o boletim de ocorrência, Vinicius Gama também procurou a Delegacia Especial de Repressão aos crimes por discriminação racial, religiosa ou por orientação sexual ou contra a pessoa idosa ou com deficiência (Decrin). 

As lojas Renner entraram em contato com o agredido. De acordo com vídeo postado na rede social de Vinicius, a loja se comprometeu a ceder as imagens das câmeras de segurança para cooperar nas investigações. 

O que a Renner diz 

As lojas Renner enviaram ao Jornal de Brasília uma nota onde comentam o caso. Na manifestação a Renner lamentou o caso e observou que prestará todo o apoio a Vinícius para que a situação seja resolvida. 

O documento também justifica a atitude do segurança, que foi afastado temporariamente. “É importante esclarecer que a orientação atual para nossos colaboradores de lojas é de não ter nenhum contato físico com os clientes, utilizando apenas orientações verbais.” 

Veja a íntegra da nota: 

“A Lojas Renner lamenta imensamente o ocorrido. Imediatamente, iniciamos um processo de apuração interna e afastamos, temporariamente, o colaborador que presenciou o caso. Também já nos colocamos à disposição do Vinícius Gama Furtado para colaborar no que for necessário e entregaremos as imagens de nosso circuito interno de TV para as autoridades competentes, assim que solicitadas.
Além disso, realizaremos uma revisão interna dos processos de treinamento para todos os colaboradores. É importante esclarecer que a orientação atual para nossos colaboradores de lojas é de não ter nenhum contato físico com os clientes, utilizando apenas orientações verbais.

  A companhia repudia todo tipo de agressão e não compactua com qualquer forma de preconceito. Este caso vai completamente contra os nossos valores e tomaremos as medidas necessárias.”

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