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Brasília

“Lavagem de animais”: PCDF conclui inquérito e indicia 12 por crimes ambientais

Delegado da 14ª DP, responsável pelo caso, afirmou que havia um verdadeiro esquema de “lavagem de animais” no Ibama

Willian Matos

13/08/2020 11h55

Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

A 14ª Delegacia de Polícia (Gama) divulgou os resultados das investigações que apuram o suposto tráfico de animais exóticos no Distrito Federal. 12 pessoas foram indiciadas por crimes ambientais — entre elas o suspeito Pedro Henrique Krambeck, picado por uma Naja kaouthia que “desvendou” todo o esquema. Os 12 suspeitos foram indiciados 22 vezes — é o número de animais envolvidos no caso.

O delegado William Ricardo conta que o grupo montou uma “lavagem de animais” no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Isso porque os animais, oriundos da Ásia e da África, entravam no órgão de forma ilegal e saíam com documentação necessária.

Além de Pedro, a mãe e o padrasto também foram indiciados. Segundo o delegado, o suspeito chegou a ter mais de 20 serpentes no Guará, e o local era cuidado pela mãe dele, identificada como Rose. A genitora também alimentava as serpentes, que comem camundongos (vivos ou mortos). No cativeiro, foram encontrados diversos ratos congelados. Quanto ao padrasto, o coronel da PMDF Eduardo Condi, ele permitiu a manutenção do cativeiro.

O delegado afirma também que Pedro Krambeck não é um mero colecionador de animais silvestres, mas sim alguém que “lucrava e traficava” os animais. O suspeito vendia os filhotes por R$ 500. “Ele traz cobras de outros estados. Temos registros de viagens, vendas, diálogos a partir de aplicativos de conversa. Compra, venda, valores”, afirmou o delegado Willian Ricardo, da 14ª DP. Uma dessas conversas descobertas pelos investigadores indica o suspeito voltando de Ibotirama-BA para o DF trazendo uma serpente.

Indiciados

Assim como Pedro, a mãe e o padrasto dele, foram indiciados uma servidora do Ibama suspeita de facilitar o registro ilegal dos animais; o amigo de Pedro, Gabriel Ribeiro; o comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF, major Joaquim Elias Costa Paulino; a professora de veterinária Fabiana Sperb Volkweis, além de outros amigos de Pedro que estariam integrando o grupo acusado de tráfico. Todos respondem em liberdade.

O comandante major Joaquim Elias Paulino teria negociado com Gabriel a entrega da naja após a serpente picar Pedro, e isso teria atrapalhado as investigações. “O fato de atrapalhar as investigações se deu no sentido de não conduzir as pessoas que estavam com esses animais para a delegacia”. O delegado fala mais a respeito no vídeo abaixo:

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