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Brasília

Idoso assassinado no DF implorou para não ser morto, diz testemunha

Arquivo Geral

16/07/2018 11h34

Atualizada 17/07/2018 8h27

Kléber Lima

Jéssica Antunes
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As circunstâncias da morte de Raimundo Rodrigues Alves, 74 anos, ainda são desconhecidas. O idoso estaria saindo para trabalhar, vestindo terno e luvas, quando foi alvejado por dois tiros no peito entre as quadras 801 e 803 do Recanto das Emas. Uma testemunha contou ao Jornal de Brasília que a vítima chegou a implorar para que o criminoso parasse. A criminalidade assusta os moradores da região.

Tudo aconteceu por volta das 4h. Um morador da vizinhança, de 23 anos, conta que acordou com barulhos. “Achei que fosse briga. Quando cheguei na janela, vi o cara disparando tudo. Ele gritou muito, mas não deu tempo de reagir”, lembra. O homem acionou socorro. “Demoraram para atender e ainda mais para chegar. Quando apareceram, ele já estava morto”, continua.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a corporação foi acionada às 4h09. Ao chegar no local, encontraram a vítima sem sinais vitais e com duas perfurações no tórax. Raimundo  seria morador de Planaltina.

A reportagem entrou em contato com o filho da vítima, mas ele não quis se pronunciar sobre o crime. Existe suspeita de que ele tenha sido roubado antes de morrer, o que configuraria latrocínio, e que o crime seria premeditado. A princípio, no entanto, a 27ª Delegacia de Polícia, no Recanto das Emas, investiga como homicídio. Somente a investigação vai esclarecer as circunstâncias que levaram o idoso à morte.

ÁREA DO MEDO

Nas redondezas de onde ocorreu o crime, ninguém quer falar. A população diz ter medo dos crimes constantes que aconteceriam por ali trazidos pelo intenso tráfico de drogas  na região. “Aqui tem crime cabuloso. Os caras não perdoam ninguém”, afirma a testemunha, que pediu para não ser identificada.

Em agosto do ano passado, um homem de 22 anos morreu após ser atingido com disparos de arma de fogo naquela mesma quadra. Yago Gonçalves Ribeiro foi socorrido pelo irmão e levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Há dois anos, perto dali, na quadra 804 do Recanto das Emas, Lucas Pereira da Silva, 18 anos, foi assassinado por suposto acerto de contas. O jovem levou três tiros e morreu no Hospital Regional do Gama, onde foi socorrido.

“Não é raro de se ver crimes acontecendo por aqui. É um lugar perigoso”, diz um estudante de 24 anos, que também pediu anonimato. “Eu mesmo já fui assaltado bem cedo na parada de ônibus. É o tráfico que complica aqui. A gente passa porque precisa”, reclama.

Segundo o Balanço da Criminalidade do Distrito Federal, divulgado mensalmente pela Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social (SSP), 20 pessoas foram vítimas de crimes violentos letais intencionais no Recanto das Emas: ocorreram 19 casos de homicídio e um de latrocínio em 2017. Neste ano, até março, cinco pessoas já haviam sido assassinadas. Não há dados mais atualizados da região.

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